22 de dezembro de 2024 Doar
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Arcebispo venezuelano: Aproximação de Maduro não é sincera se não há referendo

Nicolás Maduro | Chancelaria do Equador (CC-BY-SA-2.0)

O Presidente da Conferência Episcopal Venezuelana (CEV) e Arcebispo de Cumaná, Dom Diego Padrón, afirmou ter a certeza de que "o governo não quer diálogo" e assinalou que a aproximação de Nicolás Maduro "não é sincera enquanto (…) não aceitar o referendo no tempo válido".

Em declarações difundidas no dia 2 de outubro pelo jornal venezuelano 'El Nacional', Dom Padrón disse que "sem o reconhecimento do direito constitucional do povo ao referendo revogatório não poderá haver diálogo. Estou seguro de que o governo não quer um diálogo eficaz; ou seja, que leve a uma mudança da situação".

O Presidente da CEV também advertiu que o governo de Nicolás Maduro fala de diálogo para que fora do país e uma parte da população acreditem que é democrático. "Essa aproximação não é sincera enquanto houver presos políticos, não aceitem o referendo no tempo válido e a situação de carência de remédios e alimentos se mantenha como está agora", afirmou.

Por sua parte, o presidente venezuelano afirmou na última terça-feira, 04, que não haverá referendo no país. "Maduro está e continuará aqui, cavalheiro; porque aqui não há revogatório, para que saibam. Não é Maduro, é um povo e um alto mando político, uma direção, uma vanguarda coletiva da revolução", disse o mandatário durante seu programa na televisão estatal.

Dom Padrón, que deu suas declarações em Roma, disse que "nas conversas com o Papa sempre está presente o tema da Venezuela".

Indicou que a Santa Sé tem a disposição de participar como garante do diálogo, sempre quando a aproximação entre o governo e a oposição conduza a resultados tangíveis a favor do bem-estar da população e que esses resultados sejam garantidos pelo governo de Maduro.

O referendo revogatório é promovido pela opositora 'Mesa da Unidade Democrática' (MUD), entretanto, para que o governo seja removido e convoquem novas eleições, a consulta deve ser realizada antes do dia 10 de janeiro de 2017, caso contrário Maduro somente seria substituído pelo seu vice-presidente.

A oposição denunciou que o Conselho Nacional Eleitoral (CNE), controlado pelo governo, prolongou excessivamente o processo para convocar o referendo, a fim de realizá-lo no próximo ano e evitar a saída do regime.

Por sua parte, os bispos venezuelanos assinalaram em várias ocasiões a necessidade de realizar o referendo revogatório durante este ano, pois esta seria uma solução democrática à crise que o país enfrenta.

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