REDAÇÃO CENTRAL, Oct 21, 2016 / 09:00 am
A Frente Nacional pela Família, que convocou no mês de setembro em todo o México multitudinárias manifestações a favor do matrimônio, do direito dos pais a educar os seus filhos e contra a ideologia de gênero, apresentou 596.453 assinaturas na Câmara de Deputados em 18 de outubro.
As assinaturas foram entregues à vice-presidente da Câmara de Deputados do México, Guadalupe Murguía.
Em declarações ao Grupo ACI, Rodrigo Iván Cortés, um dos dirigentes da Frente Nacional pela Família, destacou que as assinaturas buscam que "os legisladores nos representem no Congresso da União".
"Queremos que a tomada de decisões seja mais próxima do que é uma democracia e para que haja uma melhor representação é necessária uma melhor participação, pois então nós estamos participando", disse.
A Frente Nacional pela Família convocou no dia 10 de setembro mais de um milhão de mexicanos em mais de 130 cidades na Marcha pela Família. No dia 24 do mesmo mês, uma nova manifestação reuniu mais de 400.000 pessoas na Cidade do México, capital do país.
As multitudinárias manifestações expressavam o rechaço às iniciativas do Presidente do México, Enrique Peña Nieto, apresentadas no dia 17 de maio, que procuram legalizar o casamento gay e a adoção de casais homossexuais em todo o México, assim como interferir na liberdade dos pais para educar os seus filhos, promovendo a ideologia de gênero.
"Essas marchas, dos dias 10 e 24, junto com quase 600.000 assinaturas devem se focar, incidir no Congresso da União", disse o dirigente da Frente Nacional pela Família.
Através das centenas de milhares de assinaturas, advertiu Cortés, levam a mensagem ao Congresso de que "muitas famílias nos ativamos civicamente por um sim e por um não: um sim àquelas reformas que fortalecem e promovem a dimensão familiar, muito pontualmente que fortalecem a instituição matrimonial e que atendem o direito primitivo dos pais de educar os seus filhos".
O não, disse, é "para as iniciativas legislativas que, como as apresentadas pelo Presidente da República no último dia 17 de maio, debilitam e vulneram a instituição familiar no casamento e os direitos dos pais a educar a seus filhos".
Com as centenas de milhares de assinaturas, sublinhou, buscam recordar aos parlamentares "que as famílias também votam" e pedir para "que votem a favor das iniciativas que fortalecem a família, que promovem o papel dos pais na educação dos seus filhos, e que votem contra as iniciativas que, como a do Presidente, esvaziam o conteúdo da instituição matrimonial e vulneram os direitos dos pais de educar os seus filhos".
Encontro com o Papa
No final de agosto deste ano, Rodrigo Iván Cortés teve a oportunidade de se encontrar com o Papa Francisco, no Vaticano.
Na ocasião, recordou, "compartilhei com o Santo Padre uma carta formal da Frente Nacional pela Família, através da qual explicávamos a situação nacional, o que aconteceu com as iniciativas do titular do Executivo, o que tínhamos feito e sobretudo o que estávamos planejando fazer nesse momento, as marchas simultâneas do dia 10 e a marcha nacional do dia 24 de setembro".
Cortés assinalou que solicitou ao Papa que, "caso concordasse, depois de revisá-lo com calma, pronunciasse umas palavras de ânimo".
"Com muito agrado, escutamos que no dia seguinte da marcha nacional e depois das marchas simultâneas, o Papa pronunciou umas palavras de ânimo em São Pedro, unindo-se aos bispos mexicanos pelas iniciativas da sociedade civil que estas marchas estão promovendo no México", recordou.
Não há ódio nem discriminação
O dirigente da Frente Nacional pela Família rechaçou também as acusações de homofobia que pesam sobre o movimento que defende o matrimônio no México.
No primeiro ponto da nossa organização, destacou, está "o respeito absoluto e irrestrito a todas as pessoas, com as preferências e condições que tiverem. Nós não julgamos ninguém, reconhecemos a dignidade em absolutamente todas as pessoas".
O trabalho que realizam, assinalou, "não é de ódio, não estamos discriminando ninguém. Estamos a favor de algumas iniciativas de caráter legislativo que fortalecem a instituição matrimonial".
"De forma alguma a instituição matrimonial é discriminadora, porque então teríamos que dizer que a natureza é discriminadora, e não pode aplicar-lhe esse qualificativo. Os seres humanos viemos ao mundo através da complementariedade masculina e feminina e requeremos otimamente tanto do referente masculino de paternidade como do feminino, de maternidade", assinalou.
O que busca a Frente Nacional pela Família, disse, é "fortalecer a instituição familiar e cuidar do direito dos pais à educação dos seus filhos".
"Estamos expressamente contra a imposição de ideologias neo-colonizadoras, promovidas por lobbies e agentes poderosos a nível internacional. E em relação a isso, coincidimos totalmente com o Papa Francisco, que reiterou uma e outra vez que estas são tentativas impositivas da ideologia de gênero", disse.
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