23 de novembro de 2024 Doar
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Não abandonem a Síria e não deixem que seja destruída, clama Bispo na Suécia

Dom Antoine Audo, bispo caldeu de Aleppo - Síria Guerra | YouTube Captura CTV - Twitter SerieA_Calcio_1

O Bispo caldeu de Aleppo, Dom Antoine Audo, compartilhou alguns aspectos da tragédia que os cristãos estão vivendo por causa da guerra que há cinco anos assola o país e pediu que "não abandonem a nossa amada Síria, não deixem que seja destruída e fragmentada".

Durante o encontro ecumênico realizado em Malmö (Suécia), ante o Papa Francisco e as autoridades luteranas locais, o Prelado disse: "Nossa tristeza é ver que um cristianismo rico e belo está a ponto de desaparecer".

O cristianismo na Síria, recordou o Bispo, é caracterizado por "um profundo sentimento de ecumenismo, por um estilo de vida em que os cristãos orientais e muçulmanos estão acostumados a viver juntos, algo que reduz o fanatismo e a desconfiança".

"Cristãos do mundo, muçulmanos do Oriente e do Ocidente, pessoas de boa vontade: não abandonem a nossa amada Síria, não permitam que seja destruída e fragmentada", exortou.

Além disso, demonstrou sua confiança em que "a construção da paz, baseada na atenção aos mais pobres, se converta no pão de cada dia da humanidade e que a inspiração divina chegue a todas as religiões e crenças".

O Bispo caldeu de Aleppo assinalou que, "como cristãos orientais pertencentes a países muçulmanos e árabes no Oriente Médio e partilhando uma longa história comum de cultura, humanismo e diálogo, não podemos estar diante de vocês neste momento memorável da história sem recordar no nosso coração e na nossa consciência os conflitos que os nossos irmãos e irmãs árabes e muçulmanos estão sofrendo".

"A guerra que estamos vivendo a cada dia na Síria, no Iraque e em outros lugares do Oriente Médio nos converte em testemunhas da destruição da nossa 'casa comum', da morte de pessoas inocentes e dos mais pobres", disse.

Em seu testemunho, Dom Antoine Audo descreveu como "a maioria dos hospitais foram destruídos e 80% dos médicos deixaram a cidade de Aleppo".

"Na Síria, 3 milhões de crianças não têm escola. É possível ver em cada rosto a deterioração física e moral. É uma deterioração que alcança todos, especialmente os mais pobres e, entre eles, crianças, adolescentes e idosos". "As escolas e as universidades sofrem bombardeios quase todos os dias", denunciou.

Além disso, o Prelado espera que este evento ecumênico "nos dê a força e a coragem para superar esta grave crise. De fato, a partir de agora na Síria, o nosso lema serviço humanitário será: 'Sejamos cristãos juntos".

"Para nós – continuou –, isso implica um processo de conversão em Cristo e o rechaço de qualquer tipo de exclusão ou de confinamento em nossas Igrejas Orientais".

O presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos, Cardeal Kurt Koch, e o Bispo luterano da Palestina e Presidente da Federação Luterana Mundial, Dr. Munib Younan, rezaram juntos pela paz na Síria.

"Senhor, nosso Deus, Pai de toda a humanidade; transforma os corações de todos os povos e seus governantes, a fim de que possam restaurar a paz entre as nações com base na justiça, no amor e na virtude. Que o Espírito da paz desça sobre o povo sírio e sobre o mundo inteiro para que acabem todos os conflitos e a paz reine sobre a Terra", pediram.

Papa Francisco também dedicou algumas palavras aos cristãos da Síria e recordou que Aleppo é "uma cidade exausta pela guerra, onde se desprezam e espezinham os direitos fundamentais".

"No meio de tanta devastação, é verdadeiramente heroica a permanência lá de homens e mulheres para prestar assistência material e espiritual aos necessitados", ressaltou.

Declaração conjunta

No encontro ecumênico, a Caritas Internationalis e a LWF (Lutheran World Federation) assinaram uma declaração conjunta. Nela, ambas as organizações declaram que "buscarão ampliar e aprofundar suas relações e o trabalho conjunto em todos os níveis".

Em concreto, comprometem-se "a trabalhar de forma conjunta e a nível global em favor dos refugiados, deslocados internos e migrantes; a contribuir com a construção da paz e da reconciliação; a oferecer uma resposta humanitária adequada diante das diferentes situações de emergência; a implantar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável; e a programar uma ação inter-religiosa".

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