18 de dezembro de 2024 Doar
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Autoridade Vaticana: Terremoto na Itália não é “castigo divino”

Equipe de resgate da Cruz Vermelha em meio aos escombros após terremoto na Itália. | Daniele Aloisi / Italian Red Cross.

O substituto para Assuntos Gerais da Secretaria de Estado Vaticano, Dom Giovanni Angelo Becciu, lamentou as declarações difundidas no último dia 30 de outubro na rádio local, quando um sacerdote disse que os terremotos na Itália foram um "castigo divino" devido à aprovação das uniões homossexuais. A autoridade vaticana disse que são "afirmações ofensivas para os crentes e escandalosas para quem não crê".

No dia 30 de outubro, o Pe. Giovanni Cavalcoli respondeu na Rádio Maria a pergunta de um ouvinte a respeito dos sismos ocorridos no centro do país, se estes são consequências da aprovação de leis contrárias a Deus, como a legalização das uniões homossexuais no último mês de maio.

O sacerdote, que fez uma análise de pecado mortal e as suas consequências na salvação das pessoas, assinalou que "do ponto de vista teológico esses desastres são consequência do pecado original, portanto, podem ser considerados verdadeiramente como castigo do pecado original. Mesmo que não gostem dessa palavra, a direi, pois é uma palavra bíblica, não há nenhum problema. Naturalmente, é necessário compreender bem o que se entende por castigo".

No entanto, disse que é "um discurso muito delicado" pensar que se esses desastres "não serão um castigo divino pelas ações cometidas hoje em nossa sociedade". Mas, sem entrar na "quase superstição", recordou que o terremoto desmoronou a igreja de Núrsia que recorda São Bento, pai da civilização cristã europeia, que atualmente vive uma "gravíssima crise".

"Enfim, tem-se a impressão de que essas ofensas foram causadas pela lei divina, pensem na dignidade da família, na dignidade do matrimônio, como também na dignidade da união sexual". É para pensar "que estamos diante de um castigo divino, digamos assim".

 "Certamente é uma reivindicação muito forte da Providência, mas não tanto, digamos, no sentido aflitivo, mas sim no sentido de reivindicação à consciência, para reencontrar os princípios da lei natural", expressou.

Em declarações à agência ANSA, Dom Becciu lamentou que as afirmações do sacerdote foram divulgadas recentemente pelos meios de comunicação seculares na sexta-feira, 4 de novembro.

O Prelado disse que "são afirmações ofensivas para os crentes e escandalosas para quem não crê".

Segundo ANSA, Dom Becciu explicou que se trata de afirmações "que datam do período pré-cristão e não respondem à teologia da Igreja, porque são contrárias à visão de Deus que Cristo nos oferece".

"As vítimas do terremoto nos perdoem, a eles a solidariedade do Papa", acrescentou.

Além disso, disse que "quem evoca o castigo divino aos microfones da Rádio Maria ofende o próprio nome da Virgem Maria, que para os crentes é considerada a Mãe misericordiosa que se inclina sobre seus filhos que choram e limpa as suas lágrimas, especialmente nos momentos terríveis como no terremoto".

Dom Becciu disse que a estação "deve corrigir os tons da sua linguagem e ficar mais conforme ao Evangelho e à mensagem de misericórdia e de transmitida com entusiasmo pelo Papa Francisco, especialmente no Ano Jubilar".

"Não podemos deixar de pedir perdão aos nossos irmãos atingidos por este trágico terremoto, por serem assinalados como vítimas da ira de Deus. Sabemos, ao contrário, que recebem o carinho, a solidariedade e o apoio do Papa, da Igreja, que tem um grande coração".

Após o pronunciamento de Dom Becciu, o Pe. Cavalcoli reafirmou as suas palavras no programa 'La Zanzara', da Radio 24. "Confirmo tudo, os terremotos provocados pelos pecados do homem, como as uniões civis". "O Vaticano? Devem reler o catecismo", acrescentou.

Por sua parte, a estação de Rádio emitiu um comunicado assinalando que as declarações do Pe. Cavalcoli foram pessoais e não "refletem o pensamento da Rádio Maria a respeito deste assunto".

Além disso, pediram aos meios de comunicação para não difundir notícias falsas, como aqueles que atribuem as palavras controversas ao seu diretor, Pe. Livio Fanzaga.

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