PARIS, Nov 23, 2016 / 14:30 pm
O Conselho de Estado da França ratificou o veto imposto pelo Conselho Superior Audiovisual ao vídeo "Querida futura mamãe" (Dear future mom), que mostra o testemunho de felicidade de pessoas com síndrome de Down.
O organismo de governo da França assinalou recentemente que o vídeo, que mostra diferentes crianças e jovens com síndrome de Down respondendo com alegria sobre o que são capazes de fazer em suas vidas, é "inapropriado", porque poderia "perturbar a consciência de mulheres que tiveram legalmente diferentes escolhas pessoais na vida".
O vídeo é promovido, entre outras organizações, pela Fundação 'Jérôme Lejeune' e 'Down Madri', e teve mais de 7 milhões de visualizações no YouTube.
A Dra. Mónica López Barahona, Presidente da Fundação 'Jérôme Lejeune' na Espanha, explicou que o propósito de campanhas como esta é "ajudar as famílias que tiveram algum filho com síndrome de Down, para mostrar que estas crianças podem ser tão felizes como qualquer outra".
O vídeo só reflete fatos objetivos, disse a Dra. López Barahona, e sublinhou que o fato de que as pessoas com síndrome de Down sejam felizes "é uma realidade palpável".
Por sua parte, o Presidente da Fundação 'Jérôme Lejeune' na França, Jean-Marie Le Méné, destacou que "a experiência demonstra que as mulheres que deram à luz uma criança com uma deficiência não lamentam por ter escolhido a vida".
"Pelo contrário, as que escolheram não os ter ficaram com um sentimento de culpabilidade. Por isso, houve a decisão do Conselho Audiovisual francês de evitar a visualização desde vídeo no qual aparecem crianças felizes com síndrome de Down".
Para Méné, "a decisão do Conselho de Estado toma partido considerando que a liberdade de expressão para as pessoas com síndrome de Down deve se inclinar a favor do direito ao aborto".
A Fundação 'Jérôme Lejeune' foi criada por colaboradores, amigos e familiares do professor Lejeune em 1995, um ano depois da morte do cientista, considerado o pai da genética moderna.
Lejeune, nascido em Paris em 1926, descobriu em 1958 a primeira anomalia cromossômica, a trissomia do cromossomo 21, conhecida como síndrome de Down.
O cientista francês, católico, foi o primeiro presidente da Pontifícia Academia para a Vida, instituída por São João Paulo II em 1994.
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