22 de dezembro de 2024 Doar
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Três mulheres se acorrentam no Vaticano pela liberdade de presos políticos na Venezuela

Lilian Tintori, Antonieta Mendoza e Mitzy da Ledezma protestam em frente ao Vaticano. | Daniel Ibáñez / ACI Prensa

Lilian Tintori, esposa do líder opositor Leopoldo López, sua sogra Antonieta Mendoza, e Mitzy de Ledezma, esposa do prefeito de Caracas, Antonio Ledezma, se acorrentaram em uma cerca de segurança a poucos metros da Praça de São Pedro, no Vaticano, para chamar a atenção sobre a situação dos presos políticos na Venezuela e exigir resultados à mesa de diálogo da qual participa a Santa Sé.

Isto ocorreu na noite de domingo, aproximadamente às 23h (horário local), ante transeuntes e policiais. Tintori explicou que "é um protesto simbólico, pacífico pela liberdade de todos os presos políticos na Venezuela. Pela liberdade de Leopoldo López, pela liberdade de Antonio Ledezma e de todos os inocentes".

Em declarações à imprensa, Tintori justificou o protesto porque o diálogo que começou na Venezuela "não deu resultados". "A próxima mesa de diálogo será realizada em 6 de dezembro e estamos aqui para recordar ao Vaticano e ao mundo que há mais de cem presos políticos na Venezuela que precisam ser libertados imediatamente e que essa mesa de diálogo tem que ter resultados", acrescentou.

Tintori recordou que várias organizações internacionais "pediram a liberdade plena de Leopoldo López e Antonio Ledezma" e o governo de Nicolás Maduro "deve acatar as recomendações internacionais".

"O Vaticano que está aí, nesse diálogo, que está presente em nosso país, deve ajudar a libertar estes presos políticos", assinalou.

Por sua parte, Mitzy de Ledezma acusou o governo de Maduro de ridicularizar o Vaticano. "Temos o Vaticano como representante internacional ante este diálogo e sentimos que realmente não há respeito pelo Papa nem pelo Vaticano", indicou.

"Estão presos em masmorras, em prisões nos quais as mulheres são constantemente assediadas. A Venezuela está à beira de uma derrota total e essa crise começa pela moral, não é somente o tema do petróleo aumentar ou diminuir, mas o tema moral principalmente. Que lugar melhor para pedir isso do que em frente ao Papa Francisco?", acrescentou.

 "Represento a dor e o sofrimento das mães venezuelanas que veem os seus filhos humilhados, agredidos, torturados e são inocentes, e simplesmente foram presos por exercer o seu direito a dissentir. Muitos presos, isolados, apenas por um protesto pacífico. Temos estudantes, deputados eleitos, vereadores e prefeitos que foram presos", advertiu Ledezma.

Ledezma se dirigiu ao Papa Francisco: "Santidade, estamos aqui, aqui está a Venezuela pedindo, rogando para que interceda, interceda pelos venezuelanos, que nos retornem a liberdade, que nos ajudem a ter novamente a paz que merecemos".

"Temos certeza, confiamos que ele vai conseguir".

As mulheres dizem que estão dispostas a permanecer acorrentadas indefinidamente. Até então, permaneciam sentadas no final da Via da Conciliação, em território vaticano.

"Pedimos-lhes que nos acompanhem durante as horas que estaremos aqui, os dias que estaremos aqui, assim como nas noites que permaneceremos por todos estes presos, pelos que estão comendo lixo, pelos que não têm como curar-se, pois não há remédios, por cada dor, por cada sofrimento", acrescentou Tintori.

Isto ocorreu na véspera do retorno de Dom Claudio Maria Celli a Caracas, representante do Papa Francisco na mesa de diálogo que acontece na Venezuela entre o governo e representantes da Mesa da Unidade Democrática (MUD).

A negociação – que busca superar a crise política e econômica venezuelana – é apoiada também pelo Vaticano, pela União de Nações Sul-americanas (Unasur). A primeira sessão foi realizada em 30 de outubro.

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