18 de dezembro de 2024 Doar
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Arcebispo do Rio de Janeiro repudia invasão de igreja durante manifestação

Dom Orani João Tempesta. | Arquidiocese do Rio de Janeiro

Após policiais invadirem a Igreja São José, no Centro do Rio de Janeiro, durante uma manifestação, a Arquidiocese emitiu uma nota afirmando que "o Senhor Cardeal Arcebispo Orani João Tempesta manifestou seu repúdio pelos lamentáveis fatos ocorridos".

Na terça-feira, 6 de dezembro, houve uma manifestação em frente à Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) por conta da votação do pacote de ajuste fiscal do governo do estado. Foram desencadeados confrontos violentos entre os manifestantes e os policiais.

Conforme nota da Irmandade do Glorioso Patriarca São José, que cuida da Igreja, diante do tumulto, "por precaução e vigilância ao nosso patrimônio sacro-cultural", "tomamos cuidado de fechar portas e janelas de nosso venerando templo mesmo a contra-gosto", como costumam fazer quando há manifestações naquela região.

Entretanto, a "tropa da PM (polícia militar) invadiu a igreja pela porta dos fundos, de aceso dos empregados e, subindo às sacadas, no 2º andar, de lá de cima jogavam bombas de gás lacrimogênio e de efeito moral e gás de pimenta", relataram.

A Irmandade assinalou ainda que, em resposta, "os manifestantes se revoltaram e começaram a apedrejar o nosso santuário de 410 anos".

A Arquidiocese do Rio de Janeiro, por sua vez, informou que o Cardeal Orani Tempesta se reuniu com o comandante geral da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro (PMERJ), coronel Wolney Dias Ferreira, e o porta-voz da PM, major Ivan Blaz, que foram esclarecer o ocorrido e pediram desculpas pela invasão à igreja.

Durante o encontro, também estiveram presentes o bispo auxiliar da Arquidiocese do Rio, Dom Luiz Henrique da Silva Brito, e o provedor da Irmandade do Glorioso Patriarca São José, Gary Bon-Ali.

Segundo o site ArqRio, o coronel Ferreira explicou que o motivo principal da visita "foi para formalizar um pedido de desculpas oficial da Polícia Militar". "Consideramos lamentável que um templo sagrado tenha sido invadido", admitiu, acrescentando que estão "adotando esforços, por meio da adoção de estratégias, que impeçam que outro episódio como esse se repita".

Em nota publicada após esta reunião, a Arquidiocese afirmou que "aguarda uma manifestação formal da PMERJ e um efetivo protocolo para que um episódio deste tipo não volte mais a ocorrer".

"Aos que tem responsabilidade mais direta pelas soluções pede empenho e agilidade ainda maiores. A todos os cariocas e fluminenses pede que a manifestação das angústias, de fato tão grandes, seja feita sempre de modo pacífico, construindo pontes de diálogo", acrescentou.

A Arquidiocese reiterou ainda "que a Igreja, como Templo dedicado a Deus, é lugar privilegiado de encontro e acolhimento dos que sofrem e que ali procuram abrigo".

Sobre a situação de crise vivida pelo estado do Rio de Janeiro, reforçou o que já havia expressado no ano passado, juntamente aos demais bispos do Regional Leste 1 da CNBB, de que "o recurso à violência nunca é solução. As efetivas soluções brotam da solidariedade, do diálogo e do sacrifício".

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