5 de dezembro de 2024 Doar
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Vaticano: Fundador do Instituto do Verbo Encarnado é culpado de má conduta sexual

Pe. Carlos Miguel Buela. | YouTube / Instituto do Verbo Encarnado.

Em um comunicado lido na coletiva de imprensa em 12 de dezembro, a diocese de San Rafael (Argentina) informou que o Vaticano declarou culpado o Pe. Carlos Miguel Buela, fundador do Instituto do Verbo Encarnado (IVE), de "comportamentos impróprios com maiores de idade".

Na mensagem, lida pelo Pe. José Antonio Álvarez, a diocese argentina assinalou que surgiram denúncias contra o Pe. Buela "sobre atos sexuais que afetaram religiosos e seminaristas do Instituto".

"A Congregação competente da Santa Sé, tendo garantido o exercício do legítimo direito de defesa do acusado, determinou, conforme procedimentos canônicos vigentes, a veracidade das denúncias e a imputabilidade do Padre Buela de comportamentos impróprios com maiores de idade", indicou.

A diocese precisou, entretanto, que "é correto afirmar que não foram constatados casos de abusos de menores atribuídos a ele".

Além disso, o Vaticano estabeleceu ainda que o Pe. Buela "está proibido de maneira absoluta de comunicar-se com os membros do IVE".

"Também não pode fazer declarações nem aparecer em público, nem participar de nenhuma atividade ou encontro, pessoalmente, ou através de qualquer outro meio de comunicação".

No final do mês de novembro, o site 'Mendoza Digital' apresentou o caso de um homem identificado como "Luis", que denunciou abusos sexuais de um sacerdote dentro do Seminário Maior Maria Mãe do Verbo Encarnado do IVE, na diocese de San Rafael.

A diocese assegurou a respeito do caso de "Luis" que, desde quando foram informados pela vítima, procederam com a investigação prévia "com responsabilidade e rapidez" e o caso foi levado "à autoridade competente da Santa Sé".

A diocese argentina assinalou que atualmente espera a decisão da Santa Sé "e mantém um diálogo cordial com Luis".

No final da leitura do comunicado e em diálogo com os jornalistas, o Bispo de San Rafael, Dom Eduardo María Taussig, destacou que "estes problemas graves não prejudicam o mais importante que nos une, que é a pertença à mesma Igreja diocesana, a Jesus Cristo, ao Evangelho".

"Certamente compreendo e sinto a dor de toda a família do Verbo Encarnado ante estas notícias e também como pai de cada um deles estou ao seu dispor", disse.

Dom Taussig assinalou que "o Instituto do Verbo Encarnado tem uma regra aprovada pela autoridade da Igreja que garante que aqueles que a seguem podem ser santos e tem um carisma reconhecido, e de fato tem muitíssimas obras em diferentes lugares do mundo que são elogiáveis", entre elas, "os irmãos ou irmãs que estão na Síria sob as bombas, com testemunhos heroicos e muito nobres".

Em seguida, o Prelado assinalou que o IVE "teve dificuldades, não só do Pe. Buela, mas de governo", por isso a Santa Sé interveio na eleição das autoridades máximas do instituto.

O IVE, assinalou, "está dentro de um processo, acompanhado e guiado pela autoridade suprema da Igreja, que deseja que poderá potencializar todas as coisas e ordenar o que deve ser corregido".

O Bispo de San Rafael assinalou ainda que "uma árvore caída não deve fazer com que percamos de vista o bosque que cresce. Existem tantos cristãos, religiosos e tantos sacerdotes bons, bispos e o Papa".

Além disso, recordou que "a Igreja Católica lidera no mundo os procedimentos e as normativas para evitar este tipo de abuso de menores e tem realizado um processo nos últimos 15 anos que é exemplar e está à frente de tudo o que está sendo feito no mundo".

"Em certo sentido, foram tomadas todas as medidas para que isto não aconteça novamente e, tanto a Diocese de San Rafael, como a Igreja em geral, temos todos os avisos e alertas bem enfocados para agir imediatamente. E, se houvesse alguma pessoa que quisesse, houvesse ou tivesse uma notícia, tem não somente a liberdade como a obrigação de divulgá-la e faremos tudo o que puder e tudo o que for competente".

Bispo realiza denúncias contra o Pe. Fernando Yáñez

A diocese de San Rafael se pronunciou ainda sobre o caso do sacerdote Fernando Yáñez, acusado de abusar de menores em um orfanato do qual era responsável.

"Há seis anos foi suspenso a divinis no exercício do ministério sacerdotal, devido à sua reiterada desobediência ao Bispo, logo depois de ter esgotado todas as instâncias de apelação disponíveis", explicou em seu comunicado.

A diocese realizou a investigação prévia e enviou suas conclusões "à autoridade pertinente da Santa Sé".

"Ambas as coisas mereceram a solicitude de sua demissão penal do estado clerical à autoridade competente", indicou a diocese.

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