16 de novembro de 2024 Doar
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Núncio espera que 2017 seja o ano da mudança na Síria

Cardeal Mario Zenari | Rádio Vaticano

O Núncio Apostólico na Síria, Cardeal Mario Zenari, expressou seu desejo de que 2017 "marque realmente" o ano da mudança neste país de Oriente Médio, afetado por cerca de seis anos de guerra e que desde o dia 29 de dezembro vive uma pequena trégua entre o governo e os grupos rebeldes; embora continuem ocorrendo os combates contra os grupos jihadistas, como o Estado Islâmico (ISIS).

Em declarações à Rádio Vaticano, o Cardeal exortou a comunidade internacional a encontrar um acordo, depois de seis anos de "divisão" dentro da comunidade e especialmente no Conselho de Segurança da ONU.

No último dia 29 de dezembro, graças à mediação da Rússia e da Turquia com o aval do Irã, o governo do Bashar al Asad e os grupos rebeldes entraram em acordo de um cessar-fogo que não inclui o ISIS e a Jabhat Fateh al-Sham, antigo Frente Al Nusra e então aliado da Al Qaeda.

Este acordo foi realizado no dia 31 de dezembro pelo Conselho de Segurança da ONU, através de uma resolução. Trata-se da terceira trégua feita em 2016 com objetivo de pôr fim à guerra.

"Nestes últimos dias, foram votadas por unanimidade algumas resoluções no seio do Conselho de Segurança: esperamos que isto seja um sinal forte, que possa contribuir para uma reviravolta. Esperamos que 2017 marque realmente o ano da mudança!", expressou o Cardeal Zenari.

Entretanto, o Núncio Apostólico reconheceu que "é necessário também andar com muita cautela, porque a trégua não concerne a todos os grupos armados". Além disso, recordou que o terrorismo continua, como ocorreu com o atentado na Turquia nas primeiras horas do ano novo.

Além disso, indicou que na maior parte da capital Damasco não há água potável há cerca de uma semana. Em Aleppo, "respira-se com certo alívio", assinalou o Cardeal.

Durante aproximadamente quatro anos esta cidade – a segunda mais importante – permaneceu dividida em dois setores: o lado ocidental controlado por Al Asad, e o oriental dominado pelos rebeldes e jihadistas. Esta situação terminou em dezembro, depois que o governo sírio, com o apoio da Rússia, retomou o controle desta região.

"Naturalmente, há muito a ser feito, mas importante é que cesse a violência. É tempo de curar as feridas profundas – feridas muito profundas! – Tanto do ponto de vista físico, como também – e sobretudo – das feridas muito profundas na alma e no espírito. É necessário colocar a mão e curar todas estas várias feridas", afirmou.

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