ROMA, Jan 6, 2017 / 15:00 pm
O Patriarca católico caldeu de Bagdá, Dom Louis Sako, afirmou que o tempo do Natal no Iraque é marcado pela esperança entre cristãos e muçulmanos, pois nestas festas recebeu mensagens de vários líderes islâmicos e guardaram um respeito em relação à fé cristã, tudo isso em meio a um país onde estão presentes os terroristas do Estado Islâmico.
Em declarações à Rádio Vaticano, o Patriarca Louis Sako manifestou que este Natal "teve outro sabor, porque há uma tomada de consciência no respeitar os cristãos e sua fé. Estamos realmente muito surpresos. É a primeira vez que tanta gente vem à igreja".
Dom Louis Sako comentou que receberam muitas saudações dos muçulmanos que são responsáveis pelo governo e autoridades religiosas. "Penso que isso seja uma verdadeira esperança".
O Patriarca caldeu de Bagdá também destacou o trabalho dos meios de comunicação nessas datas. "Muitas televisões transmitiram as celebrações do Natal para dar uma mensagem de paz não somente aos cristãos, mas a todos. Existe algo que está se movendo e esperamos que este processo continue".
Por outro lado, em relação à convivência e ao diálogo no Iraque, o Prelado comentou que duas coisas mudaram no país: a primeira é a posição clara da Igreja pela paz, o diálogo e a unidade do Iraque. A segunda é "que a realidade civil é acolhedora em relação a todos os iraquianos independentemente da religião ou etnia".
"Nós ajudamos muitos muçulmanos refugiados, em Bagdá, mas também nas áreas sunitas e xiitas através da Cáritas e do nosso patriarcado", expressou.
"O Iraque não será Iraque sem cristãos, sem yazidis, xiitas e sunitas... O problema não é somente entre iraquianos, o problema é também regional. O impacto dos países vizinhos é muito grande", comentou.
O Prelado disse que os iraquianos "não estão acostumados à cultura sectária. Ela vem de fora, assim como a ideologia do Estado Islâmico e o fundamentalismo. Esperamos que a situação mude".
Atualmente o exército iraquiano está imerso na operação para libertar Mossul totalmente das mãos do Estado Islâmico, o qual obrigou os cristãos a fugirem da região quando tomou a cidade em 2014.
No último dia 1º de janeiro, o subcomandante das forças de luta contra o ISIS, Abdul Wahab al-Saadi, indicou que o exército já tem o controle sobre 60% do leste de Mossul.
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