HAVANA, Jun 2, 2005 / 12:23 pm
Um analista da agência Cubanet denunciou que apesar dos esforços do regime castrista por apresentar-se diante do mundo como respeitoso da liberdade religiosa, esta simplesmente não existe.
“Na atualidade não pode falar-se de liberdade religiosa em Cuba. A certa liberdade existente para professar alguns cultos religiosos fica muito longe de uma autêntica liberdade religiosa”, indicou Jorge Ramón Castillo no artigo titulado “Há liberdade religiosa em Cuba?”
“Em Cuba não há liberdade religiosa. Uma triste realidade que se surpreender a muitos é pela acertada manipulação que exerce o regime mediante a sua sofisticada, às vezes sutil, maquinária propagandística para confundi-la com a liberdade de culto”, advertiu.
Castillo repassou a história nacional e constatou que a “falta de liberdade religiosa começou desde princípios da revolução em 1959. A Igreja Católica foi a instituição religiosa mais atacada pela horda revolucionária chegada ao poder”.
O analista recordou que “um número considerável de sacerdotes e religiosos foram detidos e logo expulsos do país”, “todos os centros de beneficência e escolas católicas, clausurados”, enquanto “aflorava o caráter anticlerical do novo governo revolucionário que, de algum modo, assemelhava a postura de outras revoluções em relação à Igreja Católica e à religião”.
Do mesmo modo, denunciou que “de forma sutil acossou aos que se declararam fiéis, que eram expulsos de seus empregos e escolas. Não podiam aspirar a carreiras universitárias. Milhares foram encerrados em Unidades Militares de Ajuda à Produção (UMAP)”.
“A UMAP se converteu em uma espécie de campo de concentração para seminaristas, testemunhas do Jehová, protestantes, hippies e toda pessoa considerada como lacra pelo sistema socialista”, adicionou.
Castillo recordou que inclusive o Cardeal Jaime Ortega Alamino, hoje Arcebispo de Havana, “sofreu reclusão em um destes campos”.
Segundo o analista, “intimidados pela ideologia imperante, milhões de cubanos se separaram de suas crenças e se confessaram ateus. Os que se declararam crentes se condenaram a si mesmos e a suas famílias ao mais cru ostracismo”.
Castillo sustentou que somente “nos anos 90s, depois do colapso comunista na Europa do Leste o regime teve que aplicar algumas medidas sociais, políticas e econômicas que evidentemente não teria concedido jamais”.
“Denominações cristãs separadas do catolicismo começaram a ganhar espaço a partir de que suas elites se alinharam ao regime. Pastores protestantes ocupam hoje postos na Assembléia Nacional. Seu apoio incondicional ao sistema socialista saiu à luz quando tomaram parte no litígio pelo menino Elián González”, precisou.
O analista explicou que “a Igreja Católica teve que esperar a visita do Papa João Paulo II para ganhar certos espaços que jamais poderão comparar-se aos desfrutados antes da revolução”
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