HAVANA, Jan 27, 2017 / 12:00 pm
O pai de Eduardo Cardet Concepción enviou uma carta ao Papa Francisco pedindo que reze pelo seu filho em suas orações e interceda ante as autoridades cubanas para que o Coordenador Nacional do Movimento Cristão Libertação (MCL) seja libertado.
Em seu site, o MCL informou que a carta foi entregue no último dia 25 na Nunciatura Apostólica em Havana por Rosa Maria Rodríguez, membro do Conselho Coordenador.
Na missiva, Eduardo Cardet Pérez, pai do líder opositor, relata ao Papa Francisco a situação pela qual o seu filho está passando desde o dia 30 de novembro de 2016, quando foi "detido brutalmente e agredido pela polícia política do regime cubano por pensar e se expressar de forma diferente às opiniões de tal ditadura. Desde então está detido na Prisão Provisória de Holguín".
"O governo acusa o meu filho de cargos fabricados sem reconhecer que é um prisioneiro de consciência. Eduardo espera um julgamento parcial (ainda sem data), no qual tem tudo contra ele. Tanto ele no cárcere, como a sua esposa e filhos, a Segurança do Estado cubana os ameaçam sem piedade, com o propósito de aterrorizá-los e desmoralizá-los", denuncia Cardet Pérez.
Cardet Pérez expressa ao Pontífice que é "um pai desesperado" pelo futuro do seu filho. "Suplico-lhe que recorde o meu filho Eduardo em suas preces e interceda ante as autoridades cubanas para que seja libertado", solicita na carta.
Na missiva ao Papa Francisco, o pai recorda que o seu filho é um "médico de família" e que o MCL é um "movimento baseado na Doutrina Social da Igreja e na mensagem libertadora do Evangelho, e que trabalha pacífica e arduamente a fim de realizar mudanças civis, políticas e econômicas ao povo cubano, por uma Cuba democrática, reconciliada e em paz".
Desde a detenção de Cardet, o MCL começou uma campanha para que a comunidade internacional exija ao regime comunista a libertação de seu líder.
Para isso, comunicou-se com o Parlamento Europeu, a Organização Democrata Cristã da América, assim como com congressos de diversos países.
Em 8 de dezembro de 2016, o representante do MCL na Itália, Michele Trotta, enviou uma carta ao Secretário de Estado Vaticano, Cardeal Pietro Parolin, para informa-lo a respeito da repressão exercida pelo governo comunista contra Cardet Concepción e solicitar que intervenha para salvar a vida do líder.
Em informação dibulgada ontem, a esposa de Cardet Concepción, Yaimaris Vecino, denunciou que a agressão que o seu esposo sofreu, deixou sequelas irreversíveis em sua saúde.
Sobre sua situação processual, o MCL informou que "o advogado acredita que na próxima semana o procurador já terminará de instruir o caso" e "temem que o pedido de prisão seja de 3 a 5 anos".
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