22 de novembro de 2024 Doar
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Se ainda há cristãos no Iraque é pela ajuda que recebemos, afirma Bispo

Arcebispo caldeu de Erbil, Dom Bashar Warda | ACI Prensa

O Arcebispo caldeu de Erbil, Dom Bashar Warda, afirmou que "se ainda restam cristãos no Iraque é graças à ajuda que recebemos".

Depois da libertação das aldeias cristãs do Iraque, na planície de Nínive e no leste da cidade de Mossul, o Arcebispo interveio no dia 30 de janeiro em uma coletiva de imprensa organizada pela Fundação Pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (ACN), em Roma (Itália).

Dom Warda contou que nas igrejas destruídas nas regiões que foram libertadas "podemos ver o ódio contra o cristianismo".

O diretor da ACN Itália, Alessandro Monteduro, falou durante a coletiva a respeito da necessidade de um "Plano Marshall" para o Iraque, referindo-se à estratégia dos Estados Unidos para ajudar a reconstruir os países europeus após a Segunda Guerra Mundial. Também indicou que será necessária uma mesa de diálogo que reúna as igrejas locais, instituições de caridade e do governo iraquiano para começar a reconstrução.

Em declarações à ACI Stampa – agência em italiano do Grupo ACI – Dom Warda explicou que "agora a situação mudou em relação há um ano. Todas as aldeias foram libertadas, inclusive o leste de Mossul, ou seja, existe mais segurança".

Entretanto, assinalou que "as aldeias estão destruídas. Algumas 20%, outras 90% e nelas vemos o ódio contra os cristãos. 70% das igrejas estão queimadas".

"Em algumas igrejas, onde é celebrada a Missa e onde há grandes lembranças da primeira comunhão ou batismo, atualmente há um vazio, tudo está destruído", manifestou.

Dom Warda também falou com orgulho acerca do trabalho em favor dos refugiados, que chegaram praticamente de maneira improvisada e estão indefesos devido à perseguição brutal do Estado islâmico.

"Tínhamos seis campos para os refugiados. Agora, graças à ACN, aos Cavaleiros de Colombo e à Conferência Episcopal Italiana, pudemos fechar todos, exceto um. Os refugiados estão em casas alugadas e tenho certeza de que poderão permanecer nas casas em Erbil durante algum tempo", assegurou.

Quando perguntaram se os refugiados poderão voltar para casa, o Prelado respondeu que fizeram uma pesquisa com 1600 famílias. Cerca de 1300 querem voltar. Mas é necessário "começar uma campanha para reconstruir. Precisam criar boas condições de vida e garantir a segurança deles".

O Arcebispo disse que é importante garantir a confiança, porque muitos cristãos foram denunciados pelos seus vizinhos muçulmanos aos jihadistas.

As portas das casas cristãs foram marcadas com a letra N do alfabeto árabe, a primeira letra da palavra "Nazareno", fazendo referência a Jesus Cristo.

"Reconheço que a vida e a confiança mudaram em comparação com 2013, mas esta não é a primeira vez que a comunidade cristã é perseguida. Podemos começar uma nova comunidade cristã".

Por outro lado, Dom Warda disse que a Igreja ajudou "700 mil refugiados de Anbar e de Falluja".

A Ajuda à Igreja que Sofre (ACN) ofereceu uma grande ajuda ao Iraque, pois 46% das contribuições econômicas vêm desta fundação pontifícia. Além disso, ACN paga o aluguel de 1600 casas na Diocese de Erbil e, segundo Monteduro, pretende ajudar outras 5000 famílias cristãs.

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