22 de novembro de 2024 Doar
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Funcionário do Vaticano explica como ajuda a Igreja em Aleppo, na Síria

Dom Giampietro Dal Toso. | Captura de vídeo.

Os habitantes de Aleppo querem reconstruir a sua cidade e voltar à vida normal. Foi o que percebeu Dom Giampietro Dal Toso, Secretário Delegado do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral, que visitou recentemente a cidade síria atingida pela guerra.

Dom Dal Toso viajou a Aleppo junto com o Núncio Apostólico na Síria, Cardeal Mario Zenari, e o conselheiro da Nunciatura, Dom Thomas Habib. Trata-se da primeira visita oficial realizada por representantes da Santa Sé a Aleppo desde o fim dos combates na cidade.

"Nós encontramos muita destruição, com muitas dificuldades do ponto de vista humanitário, problemas de acesso à água potável, eletricidade, dificuldades para aquecer as casas, os preços altos, a inflação", disse Dom Dal Toso ao Grupo ACI.

Entretanto, "ao mesmo tempo, devo confessar que encontrei também o desejo de começar de novo, de voltar à vida normal".

Dom Dal Toso destacou a força da comunidade cristã de Aleppo, uma comunidade cheia de esperança e vontade de trabalhar para superar as feridas profundas causadas pela guerra.

"Devo destacar a vitalidade da população, especialmente das comunidades cristãs. Não encontrei comunidades cristãs desesperadas ou sem esperança no futuro".

O funcionário vaticano comentou que encontrou "uma comunidade cristã cheia de vitalidade, que deseja ter uma vida normal e começar de novo com diferentes iniciativas para voltar à situação normal".

O Secretário Delegado do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral indicou que o significado desta visita foi principalmente "mostrar um sinal de atenção da Igreja universal às nossas comunidades cristãs em Aleppo, mas também à toda a população, porque tudo o mundo sofreu e ainda sofre as consequências desta situação dramática".

A Igreja, conforme explicou, está desenvolvendo diversos projetos na cidade. Dom Giampietro Dal Toso detalhou, concretamente, como serve um centro de Caritas no Oriente de Aleppo. "Trata-se de um centro de distribuição de roupas, alimentos, porque as pessoas realmente estão sem nada".

"Devo dizer que as necessidades em Aleppo são realmente enormes", reconheceu. "É muito complicado determinar quais são as prioridades. Com certeza, a prioridade agora é reconstruir as casas, as residências".

"Há muitas pessoas desabrigadas por causa das bombas que destruíram suas casas. Por outro lado, as pessoas precisam de comida, porque estão vivendo em situação de pobreza".

"Nós também temos outros projetos com os refugiados, por exemplo. Temos diferentes projetos de distribuição de remédios. Todo este trabalho está sendo realizado em benefício da população cristã e da população muçulmana, independentemente de confissões ou credos".

Outra área na qual a Igreja Católica está centrada é na educação. "Estamos impulsionando colégio. Devemos pensar no futuro, no papel da educação. Fiquei muito impressionado ao ver tantas crianças que não frequentavam o colégio".

Por isso, continuou, "esta é uma das nossas prioridades mais importantes: a educação dessas crianças e jovens que não têm escolas. Há uma necessidade de preparar profissionais para o futuro".

"Nós também precisamos continuar o nosso trabalho nos hospitais católicos. Em geral, devemos continuar o nosso trabalho na área da saúde, ajudando as pessoas que estão doentes".

Todos estes trabalhos sociais são promovidos sem negligenciar os cuidados espirituais: "Como Igreja, não devemos esquecer que as pessoas também precisam se alimentar da fé, as pessoas também precisam ser acompanhadas na fé nesta situação difícil".

Por último, Dom Giampietro Dal Toso, destacou a colaboração ecumênica entre os cristãos.

"Há uma colaboração entre as diferentes comunidades cristãs. Os bispos católicos, por exemplo, quando estão na cidade, se reúnem todas as semanas a fim de compreender melhor as necessidades da população. Em seu trabalho, não fazem distinção entre cristãos de diferentes confissões. Ajudamos todos", concluiu.

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