22 de novembro de 2024 Doar
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18 mortos após ataque a povoado na República Centro-africana

Imagem referencial (República Centro-africana) | Flickr de hdptcar (CC-BY-SA-2.0)

Na madrugada do dia 2 de fevereiro, grupos rebeldes assassinaram 18 moradores e deixaram um grande número de feridos na missão da Ordem dos Irmãos Menores Capuchinhos de Bocaranga, ao noroeste da República Centro-africana.

Segundo a agência vaticana Fides, a cidade de cerca de 15 mil habitantes foi aterrorizada pelos disparos de ao menos 60 pessoas que pertenciam ao grupo armado 3R (Retour, Réclamation et Réhabilitation), formado por pastores Peuls, o maior povo nômade do mundo de maioria muçulmana.

O 3R foi criado na província de Ouham Pendé, no final de 2015, com a finalidade de proteger a população de peul dos grupos armados cristãos (embora nem todos o são) chamados anti-balaka. Atualmente, esta milícia conta com centenas de membros e é liderada pelo general Sidiki Abass.

"É uma rebelião que levou ao deslocamento de mais de 30 mil pessoas somente em nossa região", assinalaram os missionários capuchinhos.

O tiroteio se prolongou quatro horas enquanto  os rebeldes saqueavam lojas, casas e sedes locais de duas ONGs: o Conselho Dinamarquês para Refugiados (DRC) e o IRC (International Rescue Committee).

"Os s rebeldes forçaram as portas da missão capuchinha, onde estavam abrigadas mais de vinte pessoas, e levaram computadores, dinheiro e uma moto. As Irmãs da Caridade conseguiram se refugiar em sua missão, com cerca de 200 mulheres e crianças", especificou a agência vaticana.

Além das 18 mortes, os inúmeros feridos se encontram, atualmente, nos hospitais locais.

"Como podem sessenta pessoas terrorizar uma pequena cidade de 15 mil moradores, além dos refugiados? Onde encontram armas e por que motivo, para obter o quê?", perguntaram-se os missionários.

Situação do país

Há décadas, a República Centro-africana enfrenta a instabilidade política, embora tenha sido em 2013, com um golpe de Estado liderado por uma milícia muçulmana jihadista (Séleka), que a crise se agravou. A tomada do poder desencadeou uma vingança de grupos cristãos, entre esses, os anti-balaka.

Com o golpe de Estado dos Séleka, instauraram um regime de terror que pesava sobre 70% da população cristã do país.

Após a chegada das forças internacionais e com a dissolução oficial de Séleka, os anti-balaka entraram em uma espiral "revanchista".

Desde então, as tentativas de alcançar a paz foram constantes. Desde 15 de setembro de 2014, está em marcha a MINUSCA, uma missão de paz internacional formada por 11.5000 soldados e 1.500 policiais.

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