22 de dezembro de 2024 Doar
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Frente à onda de violência no ES, Arcebispo convoca a promover um pacto de paz

O Arcebispo de Vitória (ES), Dom Luiz Mancilha Vilela se mostrou preocupado com a situação de violência no estado, em decorrência da paralisação da Polícia Militar (PM), que está sendo impedida de sair dos quartéis por manifestação de familiares que pedem reajuste salarial para a categoria. Em vídeo, o Prelado convoca a promover a paz.

Desde o dia 4 de fevereiro, familiares bloqueiam as entradas dos quartéis para impedir a saída dos PMs e viaturas, como forma de protesto, uma vez que policiais são proibidos de protestar, fazer greve ou paralisação.

Devido à ausência de policiamento nas ruas, o estado enfrenta uma onda de violência. De acordo com o Sindicato de Policiais Civis, já 101 mortes violentas foram registradas. Além disso, há casos de assaltos, saques e arrastões.

Em um vídeo publicado pela Arquidiocese de Vitória, Dom Mancilha Vilela explica que "a Polícia Militar resolveu reivindicar o salário justo, porque exerce um trabalho mito importante no estado".

"Eu reconheço e respeito profundamente os militares e o trabalho que eles exercem a serviço da nossa sociedade", afirma. Porém, sublinha que a situação atual gerou "um transtorno muito grande no nosso estado".

"A violência está espalhada, porque falta quem ponha ordem, quem faça que o nosso estado fique vivendo sob o primado da ordem. Os militares fazem falta para a nossa sociedade", expressa.

Citando o aumento dos assassinatos, bem como "invasão de lojas, quebradeiras, violência de todas as maneiras", o Prelado, então solicita "às autoridades militares que revejam esta situação, que procurem o diálogo novo com as autoridades constituídas para encontrar um caminho que possa satisfazer todos".

Dom Mancilha diz ter conversado com autoridades capixabas e também com os sacerdotes e leigos de sua Arquidiocese, aos quais pediu "que oremos juntos para que a paz aconteça no nosso meio".

Para tal, o Arcebispo se dirige aos policiais militares, solicitando, "com carinho e respeito aos militares, que procurem estar acima dessa questão".

O Prelado reconhece que todos têm direito "a um justo salário". "Mas – ressalta –, não se pode buscar um justo salário a qualquer custo, a custo de tanto sangue derramado, de uma desordem. Não é esse o caminho e eu tenho certeza de que os senhores, que são homens inteligentes, gente de respeito, não pensam assim".

"Que Deus abençoe os senhores, militares, suas famílias, que estão de fato revoltadas. Mas tiremos a revolta, que não resolve nada. A paz é que resolve", reforça.

Por fim, dirigindo-se à toda a população, convoca a promover a paz. "Façamos um pacto pela paz, construamos um mundo de paz. Bem-aventurados aqueles que constroem a paz", conclui.

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