VATICANO, Feb 13, 2017 / 13:00 pm
A visita do Papa Francisco ao Egito poderia ocorrer em breve. Assim declarou Dom Emmanuele Bishay, Bispo de Luxor, à ACI Stampa, agência italiana do Grupo ACI.
Os Bispos da Igreja Patriarcal de Alexandria dos Coptos, em visita ad limina à Roma há alguns dias, convidaram formalmente o Pontífice para viajar ao país do Nilo durante a audiência que tiveram com o Santo Padre no Vaticano.
Dom Emmanuele Bishay tem esperança de que a visita aconteça: "convidamo-lo para visitar o Egito. Trata-se de um convite formal, por escrito. E um convite que foi realizado depois do presidente da República, e também Ahmed el-Tayeb, o Grande Imã de Al Azhar, e dos nossos bispos. Mas nessa ocasião, foi feito um convite mais formal".
Durante a entrevista, o Bispo explicou que a situação no Egito está mudando, apesar dos golpes dos terroristas jihadistas contra a convivência.
Como exemplo desta mudança e desta compreensão, Dom Bishay citou a recente lei que reduz a burocracia para a construção das igrejas: "Há alguns meses foi aprovada a lei que regula a construção de igrejas, a restauração de igrejas, o direito de construir lugares de culto onde anteriormente não havia igrejas. Esperamos que essa lei seja compreendida e aplicada".
Em seguida, o Bispo de Luxor destacou o papel que a Igreja exerce no Egito para garantir a convivência. Recordou que o país "está passando por momentos difíceis e a Igreja ajuda a superar esses problemas". "Um desses problemas é o terrorismo", assinalou.
"Os egípcios permanecem muito atentos, sabem que o terrorismo quer debilitar a unidade do país, querem destruir a unidade com os nossos irmãos muçulmanos. Atacar esta unidade significa tentar criar problemas a nível religioso. Por sua parte, a Igreja demostra equilíbrio e cautela: não houve nenhuma reação contra a comunidade muçulmana".
Além disso, destacou a disposição do Estado para garantir a convivência pacífica e o respeito entre os egípcios: "O Estado também compreende totalmente o problema. As igrejas incendiadas foram restauradas pelo Estado e, pela primeira vez, um presidente passou a noite de Natal em uma igreja cristã".
Por outro lado, recordou os 21 coptos ortodoxos decapitados pelos jihadistas em 21 de fevereiro do ano passado, em uma praia na Líbia. Assinalou que, "por um lado, há uma ferida aberta não só na sociedade egípcia, como também no mundo inteiro".
Além disso, referiu-se à "guerra da instrumentalização da religião: jamais se pode matar em nome de Deus! Por outro lado, a comunidade ficou impressionada ao encontrar tantas pessoas dispostas a dar a sua vida pela fé. Seu exemplo deu coragem e fortaleza para todos nós".
"Em vez de criar divisões no povo, a sua mensagem causou uma unidade maior. Não se fala de derramamento de sangue cristão, mas derramamento de sangue egípcio".
Em relação ao diálogo ecumênico, destacou que "há sinais muito positivos. O Patriarca Tawadros promove muito a unidade dos cristãos. Em 2013, o Papa Tawadros passou uma semana com o Papa Francisco e esta visita foi um momento de grande relevância para o caminho ecumênico".
"A reunião aconteceu no dia 10 de maio e, atualmente, em todos os dias 10 de maio, há uma festa comum entre ortodoxos e católicos. Trata-se de um longo caminho, mas que no fundo já estamos realizando".
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