REDAÇÃO CENTRAL, Feb 24, 2017 / 08:00 am
Um vídeo com a religiosa dominicana Lucía Caram e o ator de filmes pornográficos Ignacio Jordà González, mais conhecido como "Nacho Vidal", tornou-se viral nas redes sociais e gerou polêmica.
Esta não é a primeira vez que a Irmã Lucía Caram gera controvérsias. Há algumas semanas, participou do programa 'Chester in love', do jornalista Risto Mejide, de Cuatro Televisión, assegurando que a Virgem Maria e São José tinham relações sexuais.
Desta vez, no diálogo com Vidal, a dominicana argentina disse que "durante muito tempo a Igreja se dedicou a apedrejar aqueles que não viviam de acordo com as normas".
"Tivemos suficiente religião para nos odiar, para criar normas e estruturas, mas não para nos amar", assinalou Caram, que atualmente vive em Manresa, Barcelona (Espanha), disse.
O vídeo no qual a religiosa aparece conversando com Vidal faz parte da campanha "Invulnerables" (invulneráveis), promovida, entre outras instituições, pela Fundação Rosa Oriol, liderada por Caram.
A página de Facebook Siroko, que publicou o vídeo do diálogo entre a religiosa e o ator pornô, ofereceu pagar à campanha 10 centavos de euro (aproximadamente 10 centavos de dólar) por cada pessoa que compartilhe o vídeo.
"O nosso objetivo é a invulnerabilidade", disse a Irmã Lucía no vídeo e assinalou que "falamos de crianças pobres (...) estão humilhadas, são pessoas que vivem na rua".
Depois que Vidal lhe disse que tem um filho transexual, que se sente mulher, a religiosa dominicana recordou: "uma amiga minha me explicou que o seu filho era transexual e me disse: 'vou levá-lo ao psicólogo'. Mas eu pensei: 'Você é quem precisa ir a um psicólogo para aceitá-lo'".
O famoso jogador de futebol argentino Lionel Messi, atacante do FCB Barcelona, se uniu a esta campanha.
O vídeo recebeu elogios e duras críticas. Entre os comentários, uma mulher destacou que "ajudar os outros, entregar-te e denunciar as injustiças é belo e necessário, mas não é necessário utilizar palavras de baixo calão ou exagerar nas formas".
"O hábito não faz o monge e esta mulher, ao meu modo de pensar, deveria 'pendurar' os hábitos e continuar com suas maneiras", indicou.
"Que bonito é moldar a palavra de Deus como nos convém, né? Então, as coisas boas podemos dizer que são más e as más de boas", assinalou outra pessoa.
Entre os críticos também há pessoas que pedem à Igreja Católica para tomar medidas a respeito da conduta de Caram.
"Esta freira já está passando dos limites. A Igreja deveria tomar medidas imediatas. Eu sou gay e sou católico, mas se usasse um hábito, não falaria como esta senhora fala. Acredito que deveria pendurar os hábitos imediatamente", disse outra pessoa em seu comentário em relação ao vídeo.
O Grupo ACI entrou em contato com a Diocese de Vic, onde está localizado o mosteiro no qual vive a Irmã Lucía Caram, mas esta evitou emitir um pronunciamento sobre o caso.
A Arquidiocese Metropolitana de Tarragona, à qual a Diocese de Vic pertence, também se recusou falar a respeito.
A Ordem dos Pregadores (Dominicanos) na Espanha foi consultada pelo Grupo ACI e também não quis comentar.
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