21 de novembro de 2024 Doar
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Papa Francisco: “Que nosso amor não seja uma telenovela, não sejamos impostores”

Papa Francisco saúda os peregrinos durante a Audiência Geral. | Daniel Ibáñez (ACI Prensa)

Em sua catequese desta quarta-feira, durante a Audiência Geral na Praça de São Pedro do Vaticano, o Papa Francisco pediu aos presentes que imitem Cristo e amam de verdade, sem imposturas nem hipocrisias. "Não sejamos uns impostores. Que nosso amor não seja uma telenovela. Necessitamos de um amor sincero, forte", indicou.

O Santo Padre destacou que "Somos chamados ao amor, à caridade. Esta é a nossa vocação mais sublime, a nossa vocação por excelência; a ela está vinculada a alegria da esperança cristã".

A partir de um trecho da Carta do Apóstolo Paulo aos Romanos, o Pontífice refletiu sobre a "alegria na esperança". Explicou que São Paulo "nos chama a atenção: há o perigo de que a nossa caridade seja hipócrita, que o nosso amor seja hipócrita. Então, devemos nos perguntar: quando ocorre isso? E como podemos estar seguros de que o nosso amor seja sincero, de que nossa caridade seja autêntica?".

"A hipocrisia pode se insinuar em todos os lugares – explicou –, também no nosso modo de amar. Isso se verifica que quando o nosso é um amor por interesse, movido por interesses pessoais". Em concreto, assinalou que isso se dá "quando os serviços caritativos nos quais parece que nos prodigamos são feitos para nos expor ou para que nos sintamos satisfeitos, ou quando queremos coisas que nos deem visibilidade, para mostrarmos nossa inteligência ou a nossa capacidade".

"Por trás de tudo isso – afirmou – há uma ideia falsa, que engana, ou seja, que se amamos é porque nós somos bons, como se a caridade fosse uma criação do homem, um produto do nosso coração. Ao contrário, a caridade é acima de tudo uma graça, é um presente. Não consiste em fazer transparecer aquilo que nós somos, mas aquilo que o Senhor nos doa e que nós livremente acolhemos. E não se pode exprimir no encontro com os demais, se antes não for gerada no encontro com o rosto humilde e misericordioso de Jesus".

O Pontífice sublinha que Paulo, em sua carta, "nos convida a reconhecer que somos pecadores e que também o nosso modo de amar é marcado pelo pecado. Ao mesmo tempo, porém, se faz portador de um anúncio novo, o anúncio de esperança: o Senhor abre diante de nós um caminho de libertação, de salvação. É a possibilidade de nós também vivermos o grande mandamento do amor, de nos tornarmos instrumentos da caridade de Deus".

"Isso ocorre quando nos deixamos curar e renovar o coração pelo Cristo ressuscitado. É Ele que nos permite, mesmo na nossa pequenez e pobreza, experimentar a compaixão do Pai e celebrar as maravilhas do seu amor".

"Entende-se, então, que tudo aquilo que podemos viver e fazer pelos irmãos não é outra coisa que a resposta ao que Deus fez e continua a fazer por nós. Assim, é o próprio Deus que, habitando em nossos corações e em nossas vidas, continua a se fazer próximo e a servir a todos aqueles que encontramos todos os dias em nosso caminho, começando pelos últimos e os mais necessitados, nos quais Ele foi o primeiro a se reconhecer".

O Apóstolo Paulo leva a ver que os cristãos nem sempre vivem como deveriam o mandamento do amor, "mas também esta é uma graça, porque nos faz compreender que através de nós mesmos não somos capazes de amar verdadeiramente: temos necessidade de que o Senhor renove continuamente esse dom em nosso coração, através da experiência da sua infinita misericórdia. Então, assim que voltaremos a apreciar as coisas pequenas, simples e ordinárias; que voltaremos a apreciar as pequenas coisas de todos os dias e seremos capazes de amar os demais como Deus nos ama, pelo bem deles", concluiu o Papa Francisco.

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