BUENOS AIRES, Mar 28, 2017 / 09:00 am
O sacerdote argentino Leandro Bonnin, que escreveu uma carta aberta a jovem que fez uma grotesca paródia da Virgem Maria no dia 8 de março, em Tucumán, escreveu uma profunda reflexão sobre o Dia do Nascituro na qual pediu que nunca mais haja mortes e desaparecimentos por causa do aborto.
O Pe. Bonnin, sacerdote da província argentina de Entre Rios, tornou-se conhecido nas redes sociais depois de escrever a carta na qual fez uma profunda reflexão sobre o agravo cometido por uma mulher identificada como a psicóloga infantil Marina Breslin.
A carta surgiu como resposta ao que aconteceu em 8 de março, por ocasião do Dia da Mulher, quando um grupo feminista realizou uma manifestação na cidade de Tucumán.
Ao chegar em frente à catedral, a mulher que estava vestida como a Virgem Maria, representou "um aborto" com muita tinta vermelha para simular o sangramento, algo fortemente criticado nas redes sociais.
No sábado, 25 de março – quando alguns países celebraram o Dia do Nascituro, entre eles a Argentina –, o Pe. Bonnin publicou uma reflexão em sua conta do Facebook intitulada "Em memória dos desaparecidos", confira a seguir:
"Pode imaginar que terrível seria estar tranquilo, dormindo ou descansando, no lugar onde você gosta de estar, sem incomodar ninguém, e que entrem alguns caras, sem pedir licença, silenciosamente no início, e em seguida começam a fazer muito barulho?
Que invadam o teu silêncio pacífico, que te tratem como um inimigo, que não respeitem os teus direitos... Te torturem, invadam a tua intimidade, que comecem a te ferir, a machucar-te, torturar-te, e, finalmente, te tirassem à força do teu lugar e te levassem para longe, para um local desconhecido, e desaparecessem contigo?
Deve ser assustador, um horror indescritível.
Deve ser terrível não poder sequer gritar nem se defender, porque a desproporção de forças e a violência exercida é desumana.
Deve ser terrível ser uma criança por nascer e que não respeitem os teus direitos.
Que te matem se dizer o porquê, que te cortem com um bisturi, que te aspirem, que te envenenem com uma solução salina...
Que violem a tua dignidade.
Que te façam desaparecer.
É justo, justíssimo, irrevogável, pedir 'NUNCA MAIS' desaparecidos e mortos por aborto.
Porque não há maior injustiça do que assassinar impunemente um irmão não nascido, um argentino como você e eu.
Porque se o aborto é possível, tudo será possível.
Digamos com voz alta e clara: Sim à Vida. Não ao aborto. Agora e sempre".
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