Roma, Mar 29, 2017 / 17:00 pm
Uma pintura da Virgem Maria com o Menino Jesus em uma igreja em Qaraqosh (Iraque) se salvou da fúria do grupo terrorista Estado Islâmico (ISIS), que costuma destruir imagens religiosas, cruzes e igrejas quando invade cidades cristãs.
Segundo indicou o Pe. Luis Montes, sacerdote missionário do Instituto do Verbo Encarnado (IVE), através de uma publicação em sua conta no Facebook, esta imagem da Mãe de Deus se encontra em uma parede do pátio da Igreja da Imaculada, na cidade de Qaraqosh.
Quando o Estado Islâmico invadiu Qaraqosh em 2014 – que até então era a maior cidade cristã do Iraque –, destruiu os templos, as casas e as empresas dos cristãos.
Os jihadistas incendiaram a Igreja da Imaculada e quebraram as imagens. Inclusive atiraram em várias estátuas.
"Mas essa imagem se salvou, não sabemos porque. Sim, sabemos que é uma grande alegria vê-la!", expressou o sacerdote, que visitou as cidades cristãs de Bartalla e Qaraqosh, que foram libertadas do controle do ISIS em 2016.
O Pe. Montes contou que este acontecimento lhe recordou como a Virgem Maria "foi instruída por Cristo para ser também a nossa mãe. E por amor ao seu Filho, Deus amou os seus filhos pecadores com um amor incomparável".
"Ao ver esta imagem intacta não podia deixar de pensar em sua proteção constante para conosco. Uma proteção que os cristãos perseguidos conhecem e proclamam insistentemente", afirmou o sacerdote do IVE.
Em seguida, acrescentou: "Não sabemos por que o ISIS a respeitou, mas é como um símbolo do seu amor de mãe que sussurra no nosso ouvido: 'Não se preocupe, pois eu estou aqui'".
Pe. Montes também indicou que os membros do Estado Islâmico entraram no Mosteiro de São Behnam. "Colocaram uma dinamite na tumba do santo e se deram ao trabalho de destruir com marretas, machados e martelos todas as imagens de pedra de todos os santos, especialmente os rostos".
Para seguir mostrando os atos de vandalismo realizados pelos jihadistas contra lugares cristãos, o sacerdote publicou outra foto no seu Facebook, a qual mostra a torre do campanário da igreja de São Behnam e Santa Clara em Qaraqosh.
Em outra publicação em sua conta do Facebook, o sacerdote argentino expressou como se sentiu ao entrar em uma igreja destruída pelo ISIS na aldeia cristã de Bartalla.
"Entrar ali causa uma impacto muito forte ao ver o lugar santo queimado, vandalizado, profanado. Fiquei sem palavras ao ver o que tinha visto nas fotos e testemunhos. Fiquei impressionado", afirmou.
"Ao ver o chão, as paredes e os tetos cheios de cinzas, os bancos jogados em qualquer canto, as imagens quebradas, espalhadas, pisadas, os livros sagrados queimados, percebi de maneira muito forte o ódio que causou tudo isso, ódio que é resumido em uma frase: rechaço a Cristo e a sua cruz. O mesmo ódio que ataca os templos de Cristo ataca os templos vivos que são cristãos. Não se conformam em subjugar, querem apagar toda a memória do Redentor, que desapareça da face da terra", acrescentou.
Em janeiro deste ano, o porta-voz do Ministério das Relações Religiosas da região autônoma do Curdistão, Mariwan Naqshbandi, indicou que, durante os dois anos em que o Estado Islâmico (ISIS) dominou a planície de Nínive e Mosul, foram destruídos pelo menos 100 lugares de culto. A maioria eram templos cristãos.
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