DENVER, Mar 30, 2017 / 08:00 am
O testemunho pouco conhecido de luta contra os nazistas do hoje Beato Clemens von Galen aparece atualmente como uma grande luz para a batalha pela defesa da vida e da liberdade religiosa.
Clemens von Galen, Bispo de Münster (Alemanha), não teve medo de rechaçar publicamente o programa de eutanásia e das teorias raciais dos nazistas e expressar-se em favor dos direitos humanos.
O Beato nasceu em 1878 em uma família nobre na Alemanha. Foi ordenado sacerdote em maio 1904 e depois da sua ordenação dedicou-se a escrever sobre as origens e os limites do poder estadual, assim como acerca da importância do voto considerando o bem comum e não interesses privados.
Nos últimos anos da República de Weimar, o Pe. Von Galen apoiou o Partido do Centro Alemão, que buscava inserir na esfera pública uma voz cristã em defesa dos interesses católicos e dos direitos humanos, que se uniu com outros partidos em um esforço por equilibrar o poder.
Entretanto, o sacerdote não conseguiu influenciar os seus conhecidos para que apoiassem o Partido do Centro, enquanto outros católicos argumentavam que o Partido Nazista era mais compatível com os ideais católicos.
Muitos bispos propuseram dissuadir os católicos de serem membros do movimento nacional socialialista, mas quando Hitler suavizou a sua postura antirreligiosa e no começo de 1933 declarou que o cristianismo seria proeminente no governo alemão, os bispos acreditaram na sua palavra e começaram a permitir que os fiéis se unissem a ele.
Apesar disso, Von Galen, ordenado Bispo em 28 de outubro do mesmo ano, manteve a sua postura antinazista e não tardou a enfrentar os funcionários do governo pelos direitos das escolas católicas, assim como a ideologia racial e antissemita dos nazistas.
O Beato repudiou publicamente o programa da eutanásia dos nazistas, através do qual assassinaram mais de 70 mil pessoas com deficiência, doentes mentais, pessoas com deformações, com síndrome Down e com doenças que não tinham cura.
Ao liderar as manifestações católicas contra a eutanásia, o Bispo Von Galen começou a dar sermões nos quais condenava o regime nazista e seus ataques contra a Igreja.
Desta maneira, aumentou a consciência pública do que estava acontecendo e ganhou o apelido de "O Leão de Münster", o que levou um ministro nazista da propaganda, Walter Tiessler, a pedir sua execução.
Von Galen foi um dos Bispos alemães mais firmes durante essa época e participou da redação da encíclica antinazista Mit brennender Sorge (Com profunda preocupação), escrita pelo Papa Pio XI antes do início da Segunda Guerra Mundial.
O Bispo Von Galen foi criado Cardeal em fevereiro de 1946, apenas um mês antes de sua morte em 22 de março. Em 2005, foi beatificado pelo Papa Bento XVI.
Von Galen permaneceu firme contra as atrocidades dos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial e, em seguida, contra as injustiças cometidas pelas forças aliadas de ocupação.
Quando foi ordenado Bispo de Münster, em outubro de 1933, Von Galen escolheu lema Nec laudibus, nec timore (nem por elogios, nem por medo).
Referindo-se ao seu lema, Von Galen escreveu em sua primeira carta pastoral que "nem os louvores dos homens ou medo dos homens nos moverão. Em vez disso, nossa glória será promover o louvor de Deus, e o nosso firme esforço será andar sempre com um santo temor de Deus".
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