22 de dezembro de 2024 Doar
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Assim o lobby do aborto manobra em um país com leis pró-vida

Imagem referencial | Free Stock Photo (Domínio Público)

Um país como o Paraguai, onde o aborto é penalizado em todos os seus casos, enfrenta sérias pressões internacionais para mudar sua legislação, que vão desde a manipulação de casos de gestações vulneráveis até ameaças de caráter econômico.

Para Marcela Bordón, advogada e ativista pró-vida no Paraguai, o que o lobby do aborto busca "é mudar uma cultura, a mentalidade das pessoas, manipulando a realidade e as necessidades".

Bordón explicou ao Grupo ACI alguns elementos para compreender a estratégia do lobby abortista para conseguir ingressar em um país pró-vida e modificar suas leis.

Buscar um 'caso emblemático'

Bordón explicou que o lobby do aborto busca sempre um "caso emblemático" de gravidez vulnerável para pode manipulá-lo a seu favor e apresenta-lo como uma referência ante os organismos internacionais.

No Paraguai, por exemplo, ocorreu em 2015 com o caso de uma menina de 11 anos que era abusada por seu padrasto e, depois de reiterados abusos, ficou grávida.

"A primeira coisa que as ONGs abortistas fizeram foi aproximar-se da mãe, que estava bastante comovida, e a manipularam para que assinasse um documento no qual deixava que essas organizações a representassem exigindo ao Estado paraguaio que permitisse o aborto".

Os abortistas levaram o documento assinado à Corte Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), que enviou ao Estado paraguaio "uma espécie de intimação para que informasse sobre o verdadeiro estado de saúde da menina e que lhe permitisse abortar".

O Estado paraguaio "respondeu conforme sua Carta Magna: antes de tudo, não vamos autorizar nenhuma ingerência de um organismo internacional que nos digo o que fazer. Segundo: o direito à vida é um direito constitucional e ambas as vidas serão protegidas".

"Terceiro: a menina está bem, mantendo a gravidez e não temos nenhuma obrigação de publicar ou expor sua integridade, porque ela vai seguir vivendo e deve ter uma vida normal".

Apesar de "a mãe da menina ter desmentido que pediu o aborto, o lobby seguiu pressionando, porque, na verdade, não lhes importava a menina, mas sim um caso emblemático para manipular".

Pressão econômica

A advogada explicou que diversos organismos financeiros, como o Banco Interamericano de Desenvolvimento e outros fundos internacionais que apoiam os países em desenvolvimento, "colocam muitas vezes como condições a legalização do aborto".

"As organizações abortistas conseguiram com o tempo que, para que um país realmente respeite os direitos humanos, deve ver a forma de legalizar o aborto", explicou Bordón.

"No Paraguai, por exemplo, somos um país pequeno e necessitamos de muito apoio dos organismos internacionais para nos desenvolvermos. Entretanto, uma das condições sempre é modificar as leis sobre o aborto para seguir contando com a aprovação do sistema internacional de direitos humanos", assinalou.

Trata-se de uma pressão monetária, já que no aborto "Tudo gira em torno do dinheiro".

Manipular o discurso para "empoderar" a mulher

Por outro lado, o lobby do aborto "manipula o discurso do empoderamento da mulher e, assim, é muito fácil confundir as pessoas e fazer com que acreditem que o aborto é quase a única forma de empoderá-la".

Se levassem a sério este discurso, "deveriam também pressionar por um sistema de saúde eficiente para a mãe que quer ter seu filho, além de um trabalho seguro, uma melhor educação etc.".

Com isso, lamentou a especialista, "o discurso do empoderamento da mulher se torna um discurso quase de moda e, na verdade, as pessoas não o estão analisando".

Para enfrentar esta realidade, Bordón destacou a importância de "vincular os jovens com a realidade social, a desigualdade, a pobreza e o direito à vida como um direito fundamental".

"Os países da América Latina temos que nos vincularmos com a realidade, confrontá-la, acompanhar e tentar ajudar essas pessoas a sair da pobreza, porque são a população mais manipulada", sustentou.

"Aprofundando em um sentido crítico dos jovens, podemos fazer frente a uma cultura da morte", concluiu.

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