22 de dezembro de 2024 Doar
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Papa Francisco aos jovens: O mundo mudará se arriscarem e não se ficarem no sofá

Papa fala aos jovens durante a vigília. | Lucía Ballester / ACI Prensa

O Papa Francisco participou de uma vigília de oração no sábado, 8 de abril, na qual encorajou os jovens a seguir em frente e não parar apesar das dificuldades, porque "mundo só pode mudar, se os jovens estiverem em caminho".

Desta forma o Pontífice respondeu aos testemunhos de dois jovens: o de uma religiosa de 30 anos, que relatou a sua conversão e como Deus a chamou à vida religiosa, e o de um jovem de 23 anos, que em 2002 sofreu as consequências de um sismo na Itália e estava em uma cadeira de rodas.

A vigília na Basílica de São João de Latrão foi celebrada em preparação para a Jornada Mundial da Juventude do Domingo de Ramos com o tema "O Todo-poderoso realizou grandes coisas em meu favor".

A celebração foi organizada pela Secretaria Geral do Sínodo dos Bispos e pelo Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida também para rezar pelo futuro Sínodo sobre "A juventude, a fé e o discernimento vocacional", que será celebrado em 2018.

"Nesta tarde há um duplo começo: De Cracóvia ao Panamá, mas no meio está o Sínodo. Um Sínodo ao qual nenhum jovem deve se sentir excluído".

"O Sínodo é o Sínodo para e de todos os jovens, não só para os católicos. Os jovens são os protagonistas, mas também os que não acreditam em Deus, os que estão distantes da Igreja, os que têm uma fé morna. Sim. Este é o Sínodo dos jovens e todos nós queremos ouvi-los. Cada jovem tem algo a dizer aos outros, tem algo para dar aos adultos, aos sacerdotes, religiosas, bispos e ao Papa".

O Pontífice recordou que na JMJ de Cracóvia disse que "é triste ver um jovem que se aposenta aos 20 anos, é triste; e também é triste ver um jovem que passa a vida no sofá. Não é verdade? Nem jovens 'aposentados', nem jovens 'de sofá'. Mas jovens que caminham, jovens que estão na rua, jovens que avançam um ao lado do outro, mas com os olhos no futuro!".

"O mundo de hoje precisa de jovens que partam «à pressa», que não se cansem de mover-se à pressa; de jovens que tenham a vocação de sentir que a vida lhes oferece uma missão".

O Papa recordou que o principal "drama" deste mundo é que muitas vezes os jovens "são descartados": "Não têm trabalho, não têm um ideal para seguir, falta a educação, falta a integração... Muitos jovens têm de escapar, emigrar para outras terras... Frequentemente hoje – é duro dizê-lo – os jovens são material de descarte. Isto, não o podemos tolerar! Devemos fazer este Sínodo para dizer: 'Nós, jovens, estamos aqui!'".

Francisco assinalou que "se um jovem não arrisca, envelheceu. E nós devemos arriscar". E falou sobre o sacramento da Crisma. "Como bem sabeis, aqui na Itália, o sacramento do Crisma é chamado 'o sacramento do adeus'! Depois do Crisma, não se volta mais à igreja".

"Vós, jovens, deveis arriscar na vida; arriscar. Hoje deveis preparar o futuro. O futuro está nas vossas mãos" e "no Sínodo, toda a Igreja quer escutar os jovens: que pensam, que sentem, que querem, que criticam e de que se arrependem. Tudo. A Igreja ainda precisa de mais primavera, e a primavera é a estação dos jovens".

"Queria convidar-vos a fazer este caminho, esta estrada para o Sínodo e para o Panamá…, mas fazê-lo com alegria, fazê-lo com as vossas aspirações, sem medo nem vergonha, fazê-lo corajosamente. É preciso coragem. Procurar colher a beleza nas pequenas coisas, como disse Pompeu, a beleza de todos os dias: colhê-la, não deixar de o fazer. E agradecer pelo que és".

"O Sínodo não é um 'parlatório'. A JMJ não será um 'parlatório', um circo ou uma coisa bonita, uma festa e… 'adeus', esqueço-me de tudo. Não é isso! É concretização! A vida pede-nos concretização. Nesta cultura líquida, é preciso concretização; a concretização é a vossa vocação".

O Papa continuou: "Haverá momentos em que não entendereis nada, momentos sombrios, maus, momentos belos, momentos escuros, momentos luminosos... mas há uma coisa que queria destacar. Estamos no presente. Na minha idade, estamos para partir... Ah não? Quem tem a vida garantida? Ninguém. A vossa idade tem o futuro pela frente. Hoje, aos jovens, a vida pede uma missão, a Igreja pede-lhes uma missão, e eu gostaria de vos dar esta missão: ao regressar, falar com os avós. Hoje, mais do que nunca, precisamos, temos necessidade desta ponte, do diálogo entre os avós e os jovens, entre os idosos e os jovens".

"Até ao Panamá! Não sei se estarei eu lá, mas estará o Papa. E o Papa, no Panamá, perguntar-vos-á: 'Falastes com os idosos? Falastes com os anciãos? Colhestes os sonhos do ancião e transformaste-los em profecia concreta?' Esta é a vossa tarefa", concluiu Francisco.

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