22 de dezembro de 2024 Doar
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Sancionam psicóloga que apoiou menor violada para que não abortasse

Imagem referencial | Pixabay (Domínio Público)

O Colégio de Psicólogos de Santa Fe, na Argentina, decidiu suspender, devido a "faltas éticas", a matrícula de uma das suas profissionais que assistiu uma menor grávida depois ter sido violentada e decidiu dar à luz o seu filho e entregá-lo à adoção.

Mónica Niel, presidente do Colégio de Psicólogos de Santa Fe, sustentou em declarações a um programa de rádio que a psicóloga Maria Belén Catalano foi sancionada por ter agido segundo as "suas próprias convicções" e por ter interferido no "tratamento" do hospital que trabalhava no caso.

"Primeiramente, interferiu no trabalho de outros profissionais. Além disso, é absolutamente proibido que os psicólogos influenciem os seus pacientes de acordo com as suas convicções políticas ou religiosas", afirmou Niel.

A decisão de suspender a sua matrícula por seis meses, tomada em 26 de abril, foi recorrida ante o tribunal que agora terá que decidir se esta sanção se justifica ou não.

Em fevereiro de 2016, a Dra. Catalano, voluntária da ONG Grávida, que assiste e acompanha as mulheres grávidas em situação de vulnerabilidade, conheceu o caso de uma menina de 11 anos com desenvolvimento atrasado, que ficou grávida depois de ter sido estuprada pelo padrasto.

Conforme assinala um boletim de 'Notivida', a psicóloga se aproximou da menor e da sua mãe, que haviam sido convencidas de "interromper a gravidez, sem terem explicado a elas o que implicaria esta prática nem lhes mostrar outras opções".

Ao perceber que elas acreditavam que após a "interrupção" o bebê iria viver, Catalano decidiu lhes explicar o que era o aborto e as suas consequências.

Depois disso, a menor decidiu seguir em frente com a sua gestação e entregar para a adoção o bebê, em quem colocou o nome de Francisco.

Catalano, que conheceu o caso no Hospital Iturraspe de Santa Fe, acompanhou a menina durante a gravidez, no parto e no período pós-parto.

Por sua parte, o agressor foi preso e graças a isso foi possível analisar o DNA do bebê para confirmar que foi o autor do delito.

Apesar disso, duas psicólogas da equipe interdisciplinar do Hospital Iturraspe denunciaram Maria Belén Catalano ante o Colégio de Psicólogos de Santa Fe.

"Estavam analisando o que deveria fazer. A situação foi enquadrada na interrupção legal da gravidez (aborto), quando a menor sofreu uma interferência dessa profissional, que se opôs ao trabalho que estava sendo realizado", disse o vice-diretor do Hospital Iturraspe, Adrián Verdini, de acordo com o jornal 'La Capital'.

Uma organização pró-vida defendeu Catalano e esclareceu que "falaram com a mãe a fim de que a família decidisse livremente, avaliando todas as opções possíveis e então decidiram seguir em frente com a gravidez".

Por sua vez, a Rede Federal de Famílias condenou a atitude do Colégio de Psicólogos e expressou a sua solidariedade à profissional.

Afirmaram em um comunicado, também publicado em 'Notivida', que a psicóloga foi "sancionada injustamente por assistir, proporcionando uma informação verídica e completa, a menor grávida e a sua família, ajudando-as a tomar uma decisão verdadeiramente livre e benéfica para todas as partes interessadas".

Manifestaram ainda preocupação pela possível repetição de casos como este "através do qual os representantes da 'Cultura de Morte' pretendem amedrontar as pessoas que, desinteressadamente, defendem a vida de cada ser humano inocente desde o momento da concepção".

Finalmente, a plataforma Argentina 'Para Hacerse Oír' lançou uma iniciativa para pedir a retirada da sanção à psicóloga Catalano, a fim de que "sejam restabelecidos ante a opinião pública sua honra profissional e a verdade dos fatos".

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