SANTIAGO, Jun 9, 2005 / 14:26 pm
O Bispo de Arica e Presidente da Área de Educação da Conferência Episcopal Chilena (CECH), Monsenhor Héctor Vargas Bastidas, enviou uma carta aos colégios e liceus do país em que recorda que os pais são os “primeiros e principais educadores de seus filhos”.
Dom Vargas advertiu que a família é a primeira escola formadora de valores na educação da “afetividade e sexualidade” dos jovens, no marco do projeto de brigadas gays que pretendem acompanhar a chamada “definição sexual” dos escolares.
A carta do Dom Vargas explica que a idéia destas brigadas não é do Ministério de Educação –cujo titular está em desacordo com a iniciativa– mas sim do Movimento de Liberação Homossexual (MOVILH) que pretende propor e incentivar aos adolescentes e pre-adolescentes do país para que se definam como homossexuais a temprana idade.
O Prelado expressa sua preocupação porque, com a intervenção destas brigadas, “esta definição ou auto-definição, possa se dar sem fundamento, já que, pela experiência pastoral de nossa Igreja sabemos quão difícil foi a vida para aqueles que vivem esta inclinação sexual por não ter recebido o acompanhamento profissional e pastoral oportuno, naquela etapa da vida em que afirmavam sua identidade sexual”.
Do mesmo modo, logo depois de indicar que o tema da homossexualidade foi e segue sendo um desafio para os educadores, manifesta seu desejo de “insistir em alguns critérios que brotam da experiência pedagógica e pastoral” para ajudar aos homossexuais.
O Bispo de Arica aconselha que os escolares preocupados com esta temática sejam acompanhados profissional e pastoralmente. Indica que “os colégios deveriam ter especialistas para os quais derivá-los, se assim for necessário” e acrescenta que “é muito importante e necessário que cada colégio conte com um programa de educação sexual para a totalidade dos(ás) alunos(ás) e, aonde se possa anunciar e desenvolver o significado mais profundo da natureza do ser varão ou mulher”.
além de recordar que os homossexuais não podem ser discriminados nas escolas e que são acolhidos pela Igreja, o Prelado assinala que “resulta imprescindível convidá-los a refletir e revisar sua posição e a deixar-se acompanhar espiritual e profissionalmente” para que possam trocar sua percepção e as “condutas que dela se derivam”.
Dom Vargas considera inaceitável “que alunos(as) que se autodeclaren publicamente” gays pretendam “desenvolver condutas promíscuas ou organizar-se com a finalidade de promover sua condição como se fosse uma opção de vida homologável a heterossexual” e adiciona que “deve evitar-se por isso qualquer instância ou atividade que, sem querer possam terminar motivando, atraindo ou confundindo aos companheiros(ás) pela condição homossexual, justamente em uma etapa tão delicada de sua identidade como é o passo da pre-adolescência à adolescência”.
Finalmente o Bispo de Arica propõe a regulamentação deste tipo de situações nos manuais de convivência nos colégios para evitar estigmatizar aos homossexuais e remete à leitura do documento Atenção Pastoral às Pessoas Homossexuais da Congregação para a Doutrina da Fé.
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