MADRI, Jun 15, 2017 / 16:00 pm
Um grande grupo de muçulmanos se reuniu recentemente nos Jardins do Triunfo em Granada, Espanha, aos pés da Virgem da Imaculada Conceição, para realizar a sua oração tradicional durante o Ramadã.
A cerimônia, realizada em 10 de junho, foi justificada pelo prefeito de Granada, Francisco Cuenca, do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE), que garantiu que a sua "cidade é tolerante para a convivência e respeita todos os credos".
Entretanto, vários políticos expressaram críticas à cerimônia.
Rocío Díaz, porta-voz do Partido Popular (PP) no município de Granada, acusou o prefeito local de "cometer um ato ilícito e insultar milhares de granadinos" por ter permitido que os muçulmanos rezassem aos pés da Imaculada Conceição, conhecida nesse lugar como a Virgem do Triunfo, em um espaço que tem "um significado muito especial para os católicos".
Para Diaz, "há muitos outros lugares" onde poderiam ter realizado a oração coletiva dos muçulmanos, por isso considera que a decisão do prefeito foi "um erro político".
Por sua parte, o imã da Mesquita de Granada, Sheikh Ahmed Bermejo, que pediu permissão para usar o parque, garantiu: "Até aquele dia eu não percebi que havia uma estátua da Virgem neste local, nós não queríamos reivindicar nada". Ele disse que só buscavam mostrar que o Islã é "convivência e generosidade".
Rocío Díaz também criticou que, enquanto o município de Granada deu "todas as facilidades" para a oração muçulmana no último fim de semana, mostrou-se "resistente e muitas vezes diretamente contra" diversas solicitações dos cristãos da cidade.
Entre estes casos, recordou a proibição, logo depois revogada, de carregar velas acesas durante as procissões.
"Do respeito absoluto às crenças e à ausência de crenças, não podemos permitir que haja queixas comparativos", assinalou.
A Imaculada Conceição é a padroeira da Espanha, país que defendeu e celebrou esta verdade de fé alguns séculos antes da proclamação do dogma em 1858. Granada é considerada a primeira cidade espanhola a proclamar, em 2 de setembro de 1618, reconhecer e defender a verdade teológica da Imaculada Conceição.
Isso fez com que uma imagem da Imaculada Conceição fosse colocada em um grande pedestal, onde atualmente é o Jardim do Triunfo.
Luis Salvador, deputado de Granada do partido político Ciudadanos, também criticou a permissão dos muçulmanos rezarem diante da imagem da Virgem Maria e assinalou que Francisco Cuenca "confunde tolerância e respeito religioso com provocação".
"Convocar orações muçulmanas diante a Virgem do Triunfo?", questionou no Twitter.
Nas redes sociais, divulgaram uma iniciativa para um "ato de reparação" no Jardim do Triunfo, depois da oração dos muçulmanos. Entretanto, a Arquidiocese local não autorizou o evento.
Em um comunicado, a Arquidiocese assinalou que "o Arcebispo de Granada, Dom Javier Martínez, não permitiu a convocação".
"Os cristãos não fazemos atos de desagravo pela oração dos fiéis de outras confissões. A liberdade religiosa é um bem supremo que a Igreja defende e protege frente a todos os obstáculos que possam se opor", indicou.
"A iniciativa de convocar esta Oração do Rosário não é da Igreja e não foi autorizada nem apoiada pela autoridade da Igreja em Granada", concluiu a Arquidiocese.
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- ACI Digital (@acidigital) 12 de junho de 2017
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