Bispo argentino: Saída do ‘default’ deve ser ponto de partida para superar crise

BUENOS AIRES, Jun 13, 2005 / 12:49 pm

O Bispo de San Nicolás de los Arroyos, Dom Héctor Cardelli, assinalou que a recente saída do ‘default’, que sumiu à Argentina em uma profunda crise econômica, deve ser o ponto de partida e não de chegada para que o país saia adiante.

Que “a saída do default não seja um ponto de chegada, mas sim uma oportunidade que ofereça possibilidades para lhe abrir caminhos a um país em gestação, a uma nação que tem que consolidar sua base republicana, democrática e federal”, afirmou o Prelado.

Dom Cardelli recordou que a crise do ano 2001 “pôs ao descoberto as falências de um sistema político” cuja dirigência carecia de representação e onde a cidadania não exercia um controle sobre os governantes.

Do mesmo modo, o Bispo assinalou que solucionar o endividamento do país “é uma questão moral” e portanto se deve investigar o destino dos recursos emprestados e estabelecer responsabilidades entre “quem trouxe a dívida às costas da sociedade”.

Embora qualificou de “alentador” o passo dado pelo Governo no tema dos bônus de dívida, Dom Cardelli indicou que é necessário um projeto de nação que inclua a todos os argentinos, que valorize sua cultura e “que ofereça a todos as possibilidades de alcançar, através de seu trabalho, uma vida digna”.

Do mesmo modo, explicou que é imprescindível fortalecer as instituições e estabelecer um “marco legal estável e definitivo” que brinde garantias a quem deseje investir no país.

Por outro lado, o Prelado indicou que a próxima celebração do bicentenário nacional é uma oportunidade de reflexão e de reencontro entre argentinos. Acrescentou que o país sairá de sua situação atual “na medida em que seus habitantes, em forma especial seus grupos dirigentes, queiram (...) viver na esperança de uma nação que pode melhorar”.

Para isso, convidou a estabelecer um diálogo honesto em que se reconheça “que escutar ao outro e saber lhe responder com serenidade”, permitirá levantar “estruturas que sustentem e promovam modos de convivência fraterna”.