22 de dezembro de 2024 Doar
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Buscam prender sacerdote por criticar “orgulho gay” na Espanha

Pe. Custodio Ballester. | Facebook

A Generalitat da Catalunha, na Espanha, abriu um processo que busca uma sanção penal contra o Pe. Custodia Ballester por dizer, no marco das celebrações do "orgulho gay" no país, que a prática homossexual "é um pecado gravíssimo".

Em uma homilia proferida em sua paróquia da Imaculada Conceição de L'Hospitalet de Llobregat, no dia 24 de junho, lamentou que "esquecemos que a homossexualidade é um pecado gravíssimo, porque é contra a natureza do ser humano, que é chamado a se unir a sua mulher e ser os dois uma só carne".

Nessa ocasião, PE. Ballester criticou os eventos de celebração do orgulho gay em Madri e Barcelona, nos quais os homossexuais mostram "suas 'vergonhas' publicamente".

"Esses que mostram suas 'vergonhas' estão fazendo errado", disse e assegurou: "Já tenho muitos pecados para ter também e de não falar a verdade".

As palavras do Pe. Ballester lhe custaram diversas críticas, entre elas as da prefeita de L'Hospitalet de Llobregat, Núria Marín, do Partido dos Socialistas da Catalunha (PSC), que classificou a homilia de "intolerável" no Twitter.

"Não queremos LGBTIfobia em L'Hospitalet", assinalou, em referência ao coletivo de lésbicas, gays, transexuais, bissexuais e intersexuais, e assegurou que atitudes como a do sacerdote espanhol "fomentam comportamentos de ódio".

Segundo divulgaram os meios de imprensa espanhóis, a Generalitat da Catalunha remeteu a acusação contra o Pe. Ballester à Procuradoria de Delitos de Ódio, para avaliar um possível processo penal, que poderia leva-lo à prisão.

Em declarações ao Grupo ACI, Pe. Ballester explicou que sua homilia foi feita "no contexto da festa do orgulho gay de Madri. Os homossexuais vão estar durante toda a semana em Madri mostrando suas 'vergonhas'. E se eu não recordar que a homossexualidade é um pecado gravíssimo, acabarei pensando que está bem".

O sacerdote assinalou que o processo contra ele é muito particular, pois "a Generalitat, para abrir expediente, pode fazê-lo diretamente, mas colocaram o Procurador do Ódio", com o que "querem conduzir isso não pelo lado administrativo, mas pelo penal".

"O Procurador do Ódio vai procurar um juiz que admita o processo, para me acusar do delito de ódio contra os homossexuais por dizer que é pecado", assinalou.

Pe. Ballester indicou que a imprensa secular, que o acusa de homofóbico, "entende perfeitamente que estou falando dos homossexuais que praticam".

"Teologicamente podem me dizer que não fui exato. Bom, disse nesse contexto. As pessoas entenderam que eu falava dos homossexuais que estavam se exibindo em Madri, que não são precisamente os que não fazem nada, ao contrário", pontuou.

O sacerdote espanhol sublinhou que "o pecado é que fazer algo, fazer um ato homossexual. Que você goste de homens por si só é uma inclinação desordenada, mas não chega a ser pecado. Mas o Catecismo diz que a tendência homossexual é desordenada".

Uma campanha lançada através da plataforma espanhola HazteOir. org arrecadou em um dia cerca de 20 mil assinaturas de apoio.

O abaixo-assinado , dirigido a Rafael Ribó, Síndico de Delitos da Cataluña, denuncia que "querem acusar" o Pe. Ballester de um crime de ódio "somente por ter expressado uma consideração moral sobre a homossexualidade e a ideologia de gênero durante a Missa".

"Peço-lhe que defenda os direitos deste cidadão, cujas liberdades estão sendo ameaçadas para tentar obrigá-lo a mudar as suas crenças mais profundas e anular o sentido do seu exercício como sacerdote", expressam as pessoas que assinaram.

Segundo Pe. Ballester, este caso deve despertar os fiéis católicos. "Se já podem acusar penalmente um sacerdote por ter feito uma consideração moral, não jurídica nem legal, de qualificar um determinado comportamento de pecado, se um sacerdote não pode fazer isso, então estamos em uma perseguição stalinista para reduzir a Igreja na Espanha ao silêncio".

O sacerdote indicou que os advogados que consultou lhe disseram que "isso parece uma espécie de campanha para provar até que ponto o povo católico está disposto a resistir a este atropelo".

"Por isso, a iniciativa de HazteOir.org é muito boa, pois todas essas leis de ódio são pura política. Somente na medida em que verem a reação do povo católico poderão pensar que este ainda não é o momento", disse.

Pe. Ballester garantiu: "Vamos até o final. Porque esta é uma batalha decisiva, trata-se de se a Igreja pode pregar o Evangelho e sua moral ou não".

"Se eu tiver que ser julgado, colocarei a minha batina e irei ao julgamento", disse.

O pároco destacou também que a agenda gay e de ideologia de gênero é promovida pelas elites, pois "a sociedade espanhola está corrompida em suas elites, as pessoas ainda não estão".

"Não os destruíram tanto, essa é uma manobra feita de cima para prejudicar os que estão em baixo", lamentou.

Se a Igreja ceder agora, advertiu, "estaríamos nos submetendo ao pensamento único ditado pelo poder político, que nos fará arrancar as páginas da Bíblia que estão de acordo com o lobby gay".

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