21 de novembro de 2024 Doar
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Vaticano defende na ONU direitos e capacidades dos idosos

Papa Francisco abençoa uma mulher idosa durante a sua viagem ao Paraguai | L’Osservatore Romano

Os idosos, com a sua sabedoria e experiência, têm a capacidade de continuar contribuindo ao desenvolvimento da sociedade, mas, infelizmente, muitos deles são mais vulneráveis em vários aspectos, entre os quais aqueles ligados à pobreza, ao isolamento, denunciou recentemente a Santa Sé à ONU.

O Observador Permanente da Santa Sé na ONU, Dom Bernardito Auza, disse estas palavras durante a oitava sessão do grupo de trabalho sobre o envelhecimento, reunido entre os dias 5 e 7 de julho pelo organismo mundial sob o tema "Participação ativa das pessoas idosas no desenvolvimento".

O representante do Vaticano assinalou que, a "medida que a população idosa cresce rapidamente no mundo", a atenção a este setor é cada vez mais critica. Isso exige a colaboração urgente de "medidas concretas e práticas" que garantam a proteção dos seus direitos humanos e respondam às suas necessidades, afirmou em seu discurso.

De acordo com o último relatório sobre a população mundial elaborado pela ONU, calcula-se que no final de 2017 as pessoas com mais de 60 anos chegarão a 1 bilhão e representarão 13% da população total.

Neste sentido, Dom Auza recordou as palavras do Papa Francisco, que advertiu que "graças aos progressos da medicina a vida se alongou: mas a sociedade não se 'alargou' à vida! O número dos idosos multiplicou, mas as nossas sociedades não se organizaram o suficiente para dar lugar a eles, com justo respeito e concreta consideração por sua fragilidade e dignidade".

O Observador Permanente advertiu que os idosos "são desproporcionalmente propensos à pobreza, aos problemas de saúde, à deficiência, ao isolamento social, à violência e ao abandono", às guerras e aos fatores que atentam contra a sua dignidade humana.

Por isso, o Prelado destacou o tema escolhido para esta sessão, pois "os idosos também são, muitas vezes, excluídos da participação ativa na sociedade e no desenvolvimento", apesar da sabedoria que acumularam ao longo dos anos, como muitas vezes sublinhou o Papa Francisco.

Nesse sentido, o representante vaticano exortou que os esforços do organismo internacional se concentrem em atender e garantir medidas para combater "políticas, práticas e preconceitos" que costumam marginalizar essas pessoas "que uma vez estiveram no centro de nossas famílias e comunidades".

Devemos "superar o que o Papa Francisco denunciou como 'as deficiências de uma sociedade programada para a eficiência'", exortou.

Por isso, Dom Auza disse que "é imprescindível trabalhar para promover políticas e práticas que reforcem o envolvimento das pessoas idosas na política e nos processos de decisão, na sua continuidade como contribuintes econômicos, na sua participação no mercado de trabalho, na sua capacidade para desfrutar de uma aposentadoria saudável e segura em uma idade apropriada, assim como o acesso à formação contínua e à educação permanente".

Do mesmo modo, assinalou que na maior ênfase "na contribuição das pessoas idosas para o desenvolvimento deveria ser realizada, ao mesmo tempo, com uma atenção melhor às suas necessidades".

Neste sentido, indicou que os idosos doentes, com deficiência ou doenças cognitivas e que podem não ser capazes de contribuir ao desenvolvimento "estão no seu maior momento de necessidade" e, nessas circunstâncias, "devemos demostrar que o nosso amor e respeito pelos idosos e deficientes vão além das considerações materiais, políticas e econômicas".

Os idosos mantêm a sua dignidade humana e esta não diminui quando diminuem as suas capacidades econômicas ou físicas, afirmou.

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