24 de novembro de 2024 Doar
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Monserrate: O Santuário que se tornou ícone da capital da Colômbia

Santuário do Senhor de Monserrate. Atrás da Igreja se pode ver parte de Bogotá. | David Ramos / ACI Prensa

O Santuário do Senhor de Monserrate está a 3.172 metros acima do nível do mar, no topo do Cerro de Monserrate ou Cerro de Las Nieves (Cerro das Neves). Aos seus pés, meio quilômetro abaixo, encontra-se Bogotá, a capital da Colômbia, cuja história acompanhou desde seus dias coloniais.

"A história do santuário remonta à mesma época em que a cidade de Bogotá nasceu", explica ao Grupo ACI Mons. Sergio Pulido Gutiérrez, cônego da Catedral Primaz de Bogotá e reitor da Basílica e Santuário do Senhor de Monserrate.

"Estamos por completar 478 anos de história como cidade e o santuário remonta a essa época da colônia espanhola", assinala.

Para Mons. Pulino Gutiérrez, o Santuário do Senhor de Monserrate é um "ícone de toda a cidade de Bogotá".

Precisamente, cada fim de semana, especialmente no domingo, muito bogotanos sobem o Cerro de Monserrate pelo longo caminho de pedestres, um vestígio do caminho indígena original e que requer um condição física especial. Entretanto, há outras duas opções: o funicular que opera há 80 anos, e o teleférico.

Na última Sexta-feira Santa, festa do Santuário, subiram mais de 73 mil pessoas.

"No ano de 1620 – relata Mons. Pulino – um missionário espanhol chamado Frei Bruno de Valenzuela construiu aqui uma pequena ermida. Essa ermida foi consagrada à Virgem morena de Montserrat. Essa devoção de Nossa Senhora de Montserrat é muito venerada, muito querida, muito amada pelos catalães, na Espanha".

A Virgem de Montserrat deu o nome à colina, explica o sacerdote colombiano, pois os indígenas locais, os muiscas, o chamavam de Cerro de Las Nieves, por sua frequente nebulosidade.

Mas, embora o amor à Virgem tenha sido o que despertou a devoção, a tradição que dura até hoje ganhou força com a imagem do Senhor de Monserrate.

Senhor de Monserrate. Foto: Flickr de Juan Carlos Pachón.

A primeira festa religiosa que motivou grandes peregrinações ao Santuário foi a festa da Santa Cruz, em maio. Os fiéis, assinala Mons. Pulido, "subiam a colina a pé, no que chamavam de romarias, e colocavam cruzes pelo caminho, celebravam a festa e logo desciam outra vez".

"Porém, não foi somente a festa da Santa Cruz, mas a segunda festa que deu toda a religiosidade popular e a tradição do que chegou a ser finalmente o Santuário: foi a Sexta-feira Santa", assinala.

"Vinham aqui na Sexta-feira Santa e subir a colina era, naquela época, como se subissem ao Calvário, o lugar da crucificação e da morte de Jesus", explica.

A imagem do Senhor de Monserrate foi feita em 1640 pelo artista Pedro de Lugo Albarracín. "Essa imagem não só começou a ser o centro das peregrinações, da devoção popular, como também se tornou uma imagem muito milagrosa", assegura o reitor do Santuário.

"É uma imagem que desperta muita fé, muito amor, muita esperança, muita confiança na misericórdia de Deus. Realmente há muitos milagres que são atribuídos à imagem", diz.

Além disso, Mons. Pulido assinala que "o Papa Pio XII deu a este lugar não só o título de Santuário, mas de Basílica. Para nós, uma Basílica é um lugar que tem maior dignidade do que qualquer outro templo. De fato, depois da Catedral Primaz de Bogotá, esta Basílica santuário é o lugar mais significativo".

Três "motivações" para subir até o Santuário de Monserrate

Para o reitor do Santuário, há ao menos 3 "grandes categorias ou motivações" para subir o cerro.

"A primeira é a fundamental, que é a fé. Aqui, antes de tudo, é um Santuário. Como Santuário, é um lugar de encontro com Deus, vem-se ao Santuário para poder ter essa experiência de encontro com Deus", assinala.

"São muitíssimas as pessoas que vêm por fé, especialmente sábado e domingo, todos os sábados e domingos, mas particularmente a Semana Santa", sublinha.

Mas, "há outra motivação muito grande", indica, "e é o esporte".

"Embora tenhamos vários parques, ciclovias, centros poliesportivos, lugares onde se pode fazer exercícios, muitos bogotanos gostam de vir a pé, por exemplo. O caminho fica aberto a partir das 4h30 para que subam se exercitando".

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"Os que têm um físico mais cultivado, já são atletas, de alto rendimento, podem gastar 25 minutos, meia hora. Os que não têm bom preparo físico vão demorar mais", assegura.

A terceira motivação, diz, "é o turismo", pois, "do átrio do Santuário, de cima do cerro, é possível vislumbrar, contemplar a cidade. É um lugar muito privilegiados para ver a imensidão da cidade".

Na parte oriental do Santuário, assinala, é possível ver as colinas da Cordilheira Oriental dos Andes. "Eu fico admirado, e até mesmo incomodado, de como as pessoas ficam tanto tempo contemplando a cidade e, às vezes, não se dão conta da formosura, da beleza, da grandeza de nossas colinas orientais", lamenta.

Por esses três motivos, destaca, o Santuário de Monserrate é "um lugar de encontro com Deus, de encontro com a natureza e de encontro com a cultura".

"Vir a Monserrate deve ser uma experiência física, de exercício físico, mas também uma experiência emocional, para poder estar em harmonia consigo mesmo, coma natureza e, é claro, com Deus", expressa.

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