14 de dezembro de 2024 Doar
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Cardeal Urosa rechaça ingerência estrangeira na Venezuela, dos Estados Unidos ou de Cuba

Cardeal Jorge Urosa | El Guardian Católico

O Arcebispo de Caracas, Cardeal Jorge Urosa, assinalou que a crise na Venezuela deve ser resolvida pelo seu povo e pelo governo – que a provocou –, e não através da ingerência militar estrangeira, tanto a cubana "presente há algum tempo", quanto a dos Estados Unidos, como insinuou o seu presidente Donald Trump.

O Purpurado fez estas declarações no final da Missa que presidiu na Catedral de Caracas, na celebração dos 150 anos da consagração do templo.

Em declarações à imprensa, o Cardeal se referiu às declarações de Trump da última sexta-feira, na qual afirmou que os Estados Unidos "têm muitas opções para a Venezuela, incluindo uma possível opção militar se for necessário".

"Eu não vou descartar a opção militar, é nosso vizinho e temos tropas em todo o mundo. A Venezuela não está muito longe e os venezuelanos estão sofrendo e morrendo", acrescentou o presidente norte-americano.

O Cardeal Urosa expressou que "a crise que os venezuelanos sofremos é tão grave que agora surge um problema externo, as ameaças de uma opção militar do presidente Trump".

"Eu – e tenho certeza que todos os Bispos venezuelanos – rechaço qualquer interferência militar estrangeira, como a cubana, presente há algum tempo na Venezuela, e não estou de acordo com a ameaça de uma opção militar", expressou.

Segundo informou o Departamento de Comunicação da Arquidiocese de Caracas, o Cardeal Urosa assinalou que "o problema, entretanto, é que a crise social, política e econômica que sofremos é cada vez mais grave; tanto assim que pode fazer com que pensem em uma opção militar. Somos os venezuelanos, especialmente o governo que a criou, que temos que resolver a crise atual".

As palavras de Trump sobre uma opção militar para a Venezuela também foram rechaçadas por vários países da região, como Colômbia, Peru, México, Uruguai, entre outros.

No dia 8 de agosto, os chanceleres de 17 países assinaram a Declaração de Lima, que além de não reconhecer a Assembleia Nacional Constituinte, promovida pelo presidente Nicolás Maduro, condenaram a ruptura da ordem democrática.

Nesse sentido, expressaram sua "disposição de apoiar urgentemente e no contexto do respeito à soberania venezuelana, todo esforço de negociação credível e de boa fé, que tem o consenso das partes e que esteja orientado a alcançar pacificamente a restauração da democracia no país".

Por sua parte, o vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, disse no último domingo na Colômbia que a "Venezuela está caminhando para uma ditadura e, como disse o presidente Trump, os Estados Unidos não ficarão parados enquanto a Venezuela se desintegra". "Os Estados Unidos, a Colômbia e as nações livres da América Latina não vai ficarão caladas", acrescentou.

Pence, que começou um giro por quatro países da América Latina, afirmou que "o presidente Trump me enviou aqui a fim de continuar com o apoio sem precedentes aos países da América Latina, para conseguir, por meios pacíficos, a restauração da democracia na América Latina, e acreditamos que é possível conseguir por estes meios".

"Temos muitas opções para a Venezuela, mas o presidente continua confiando que ao trabalhar com todos os nossos aliados na América Latina seja possível conseguir uma solução pacífica", acrescentou.

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