REDAÇÃO CENTRAL, Aug 21, 2017 / 13:25 pm
O irmão jesuíta Guy Consolmagno, doutor em Ciências Planetárias, astrônomo e diretor do Observatório do Vaticano, está realizando uma visita aos Estados Unidos, o único lugar na terra onde será visto hoje um eclipse total do sol.
O Irmão Consolmagno, especialista em asteroides e meteoritos, conversou na quinta-feira, 17 de agosto, com a revista TIME, depois de chegar ao local onde será possível observar com mais precisão o fenômeno que durará aproximadamente 1 hora e 33 minutos, na cidade de Hopkinsville, Kentucky.
"Deus poderia ter criado o universo de muitas maneiras diferentes. Deus quis fazer um universo racional, de maneira que pudéssemos prever estes eclipses com uma grande precisão e, ao mesmo tempo (... ), há uma alegria enorme de ver a beleza que vem, que podemos sentir, ver a sua formosura" , disse o jesuíta, que permanecerá na tarde de hoje na igreja local dos Santos Pedro e Paulo.
Sobre o significado do eclipse, o diretor do Observatório Vaticano disse que o eclipse "nos recorda a imensa beleza do universo que ocorre fora do nosso próprio pequeno campo de preocupações. Isso nos impressiona e nos lembra de que fazemos parte de um universo grande, glorioso e lindo", recordou o jesuíta.
"O significado vem com melhores perguntas. Há diversas maneiras diferentes de aproximar-se espiritualmente da vida. Comece com qualquer tradição sua e pergunte a si mesmo, quais perguntas isso provoca em você? E apenas reflita sobre essas perguntas em seu coração", interpelou o cientista.
Nesse sentido, o Irmão Consolmagno recordou a Virgem Maria e o que disseram sobre como ela compreendeu o menino Jesus enquanto o criava.
"Não escreveu um livro sobre Cristologia. O Evangelho de São Lucas, diz que ela meditava essas coisas em seu coração. E simplesmente tomar esse tempo para refletir não é algo a que dedicamos um tempo suficiente", recordou.
Finalmente, o astrônomo oficial do Papa Francisco se dirigiu a todas as pessoas que terão a oportunidade de vislumbrar o eclipse, esclarecendo que não precisarão de um telescópio, instrução ou que alguém lhes explique sobre o que estarão vendo.
"Qualquer pessoa que o experimente e que estiver lá sob a sombra da lua, experimentará o eclipse. Todos nós estamos sob o mesmo céu. Esse sentimento comum de alegria é algo que pode nos unir e incentivar a querer aprender mais", concluiu.
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