28 de dezembro de 2024 Doar
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Papa se emociona com Colômbia: Um povo com futuro orgulhoso de seus filhos

Papa Francisco durante a Audiência Geral. | Daniel Ibáñez / ACI Prensa

O Papa Francisco fez um balanço de sua recente viagem apostólica à Colômbia na Audiência Geral, no Vaticano, e emocionado recordou como em sua passagem pelas ruas do país os pais levantavam com orgulho seus filhos para que os abençoasse: "Eu pensei: 'Um povo capaz de mostrar seus filhos com orgulho é um povo com futuro'".

"Gostei muito disso", assegurou. "Mostravam seus filhos como que dizendo: 'Este é o nosso orgulho, esta é a nossa esperança". O povo colombiano "é um povo alegre, com muito sofrimento, mas com esperança".

Em sua catequese, o Papa, com o rosto marcado como consequência do incidente que sofreu no veículo em que realizava os traslados na Colômbia, assinalou que "nesta viagem senti a continuidade com os dois Papas que visitaram a Colômbia antes de mim: o Beato Paulo VI, em 1968, e São João Paulo II, em 1986. Uma continuidade fortemente animada pelo Espírito, que guia os passos do povo de Deus nas estradas da história".

Francisco destacou os esforços do povo colombiano para alcançar a reconciliação e destacou que, com sua visita, "quis abençoar os esforços desse povo, confirmá-lo na fé e na esperança e receber seu testemunho que é uma riqueza para meu ministério e para toda a Igreja".

"A Colômbia, como a maior parte dos países latino-americanos – assinalou –, é um país no qual existem fortíssimas raízes cristãs. E se este fato faz ainda mais aguda a dor pela tragédia que a guerra causou, ao mesmo tempo constitui a garantia da paz, o sólido fundamento da sua reconstrução, o sustento de sua invencível esperança".

"É evidente que o maligno quis dividir o povo para destruir a obra de Deus, mas também é evidente que o amor de Cristo, sua infinita Misericórdia, é mais forte do que o pecado e a morte".

O Pontífice destacou o desejo de vida e de paz no coração da nação colombiana: "Pude ver nos olhos de milhares e milhares de crianças, adolescentes e jovens que encheram a praça de Bogotá e que encontrei em todos os lugares".

Do mesmo modo, também renovou seu "encorajamento pastoral" aos Bispos do país, "para sua missão a serviço da Igreja, sacramento de Cristo nossa paz e nossa esperança".

O Santo Padre recordou alguns momentos principais de sua viagem. De forma especial, lembrou o dia dedicado à reconciliação em Villavicencio, "momento culminante de toda a viagem".

O Papa destacou a beatificação dos mártires Jesús Emilio Jaramilli Monsalve, Bispo, e Pedro Maria Ramírez Ramos, sacerdote. "A beatificação desses dois mártires recordou plasticamente que a paz é baseada também, talvez sobretudo, no sangue de tantos testemunhos do amor, da verdade, da justiça e também de mártires verdadeiros e próprios assassinados por causa fé, como os dois citados".

Francisco recordou ainda a impressão que lhe causou a celebrar a Missa diante do Cristo de Bojayá, "sem braços e sem pernas, mutilado como seu povo".

Em Medellín, "a perspectiva foi o da vida cristã como discipulado: a vocação e a missão. Quando os cristãos se empenham a fundo no caminho de Jesus Cristo, tornam-se verdadeiramente sal, luz e fermento no mundo, e os frutos se veem abundantes".

Um desses frutos "são os 'Hogares', as casas onde crianças e jovens feridos pela vida podem encontrar uma nova família, onde são amados, acolhidos, protegidos e acompanhados. E outros frutos abundantes são as vocações à vida sacerdotal e consagrada que pude abençoar e encorajar com alegria em um inesquecível encontro com os consagrados e seus familiares".

"Enfim, em Cartagena, a cidade de São Pedro Claver, apóstolo dos escravos, o foco foi sobre a promoção da pessoa humana e de seus direitos fundamentais. São Pedro Claver, como mais recentemente Santa Maria Bernarda Bütler, deu a vida pelos mais pobres e marginalizados, e assim mostrou o caminho da verdadeira revolução, a evangélica, não a ideológica, que liberta verdadeiramente a pessoa e a sociedade da escravidão de ontem e, infelizmente, também da de hoje".

"Neste sentido, 'dar o primeiro passo', o lema da viagem, significa aproximar-se, inclinar-se, tocar a carne do irmão ferido e abandonado", concluiu.

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