27 de dezembro de 2024 Doar
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Papa Francisco critica duramente as colonizações ideológicas: São uma blasfêmia

Papa Francisco na Missa. | L'Osservatore Romano

O Papa Francisco criticou duramente as "colonizações culturais e ideológicas" que pretendem anular as diferenças e tornar tudo igual, terminando por perseguir também os cristãos, afirmando inclusive que são uma "blasfêmia contra Deus".

Na Missa que presidiu na Casa de Santa Marta, comentou a primeira leitura do livro dos Macabeus que narra o martírio de Santo Eleazar e afirmou que existem 3 tipos de perseguições.

"Uma é só religiosa, outra político-religioso, como, por exemplo, a 'Guerra de 30 anos' ou a 'Noite de São Bartolomeu', e uma terceira é a perseguição puramente 'cultural'", quando chega "uma nova cultura que quer fazer tudo novo e fazer uma 'limpeza' nas tradições, na história e também na religião de um povo".

Francisco explica como a Bíblia narra o desejo de fazer este povo entrar em uma nova cultura, "novas instituições" que fazem uma limpeza da "cultura, da religião e da lei". "Tudo novo, modernidade", que é uma "colonização ideológica".

O Papa criticou que aqueles que defendem isso querem que "se torne tudo igual" e "não são capazes de tolerar diferenças". É uma "raiz perversa" que pretende crescer no povo de Deus, "com o poder", estes hábitos "novos, pagãos mundanos".

"E este é o caminho das colonizações culturais que acabam por perseguir também os fiéis. Mas não devemos ir muito longe para ver alguns exemplos: pensemos nos genocidas do século passado, que era uma coisa cultural, nova: 'Todos iguais e estes que não têm o sangue puro, fora'. Todos iguais, não há lugar para as diferenças, não há lugar para os outros, não há lugar para Deus".

"É a raiz perversa. Diante destas colonizações culturais que nascem da perversidade de uma raiz ideológica, Eleazar, ele mesmo, se faz raiz".

"Ele dá a sua vida por amor a Deus e à lei e se faz raiz para o futuro", comentou o Papa. Ao contrário desta raiz perversa está, portanto, "aquele que dá a vida, se faz raiz para o futuro".

"É preciso discernir as novidades. Esta novidade é do Senhor, vem do Espírito Santo, vem da raiz de Deus ou esta novidade vem de uma raiz perversa? Mas, antes, sim, era pecado, não podia matar as crianças; mas, hoje, pode, não tem tanto problema, é uma novidade perversa".

"Ontem, as diferenças eram claras, como Deus fez. A criação era respeitada; mas hoje, somos um pouco modernos, as coisas não são tão diferentes e se faz uma mistura de coisas", assegurou.

A novidade de Deus não é "uma negociação" enquanto "as colonizações ideológicas e culturais somente olham o presente, renegam o passado e não olham o futuro. Vive no momento, não no tempo, e por isso não podem nos prometer nada".

"Com esse comportamento de fazer todos iguais e cancelar as diferenças, cometem, fazem o pecado feito da blasfêmia contra o Deus criador".

"Toda vez que chega uma colonização cultural e ideológica se peca contra Deus criador, porque se quer mudar a Criação como Ele a criou. E contra esse fato que ao longo da história aconteceu muitas vezes, existe somente um remédio: o testemunho, ou seja, o martírio".

"Sim, dialogo com aqueles que pensam diferente, mas o meu testemunho é assim, segundo a lei de Deus", disse o Pontífice.

Eleazar pensava "na herança do próprio testemunho", ao testemunho que teria sido "para os jovens uma promessa de fecundidade".

Ao finalizar, Francisco desejou que exemplo deste santo "nos ajude nos momentos talvez de confusão, diante das colonizações culturais e espirituais que nos são propostas".

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