22 de dezembro de 2024 Doar
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Papa pede respeito a toda pessoa para alcançar a paz em Mianmar

Papa durante o encontro com autoridades em Mianmar. | Edward Pentin / ACI Prensa

O Papa Francisco deu o seu primeiro discurso público em Mianmar (antiga Birmânia), às autoridades da sociedade civil e ao corpo diplomático e pediu para que se deixe de lado as diferenças que geram divisão, e pediu respeito às diferentes etnias do país.

"A sabedoria dos antigos definiu a justiça como a vontade de reconhecer a cada um aquilo que lhe é devido, enquanto os antigos profetas a consideraram como o fundamento da paz verdadeira e duradoura", disse durante os seu discurso.

Francisco sublinhou que futuro do país deve "ser a paz", uma paz fundada "no respeito pela dignidade e os direitos de cada membro da sociedade, no respeito por cada grupo étnico e sua identidade, no respeito pelo Estado de Direito e uma ordem democrática que permita a cada um dos indivíduos e a todos os grupos – sem excluir nenhum – oferecer a sua legítima contribuição para o bem comum", afirmou em referencia ao conflito com o grupo étnico rohingya.

"Venho, sobretudo, para rezar com a pequena mas fervorosa comunidade católica da nação, para a confirmar na fé e encorajá-la no esforço de contribuir para o bem da nação", disse ao começar seu discurso no "Myanmar International Convention Center", na cidade de Naipyido.

Francisco disse que gostaria de "ver esta decisão como sinal do empenho da nação em prosseguir o diálogo e a cooperação construtiva dentro da comunidade internacional alargada, bem como em renovar o tecido da sociedade civil".

A respeito do processo de paz que vive o país, manifestou algumas dificuldades e disse que tem certeza de que "a reconciliação nacional só pode avançar através do compromisso com a justiça e do respeito pelos direitos humanos".

Ao falar das diferentes confissões religiosas, afirmou que "não devem ser fonte de divisão e difidência, mas sim uma força em prol da unidade, do perdão, da tolerância e da sábia construção da nação".

"As religiões podem desempenhar um papel significativo na cura das feridas emocionais, espirituais e psicológicas daqueles que sofreram nos anos de conflito".

Francisco afirmou que é "um grande sinal de esperança o fato de que os líderes das várias tradições religiosas deste país se estejam comprometendo a trabalhar juntos, com espírito de harmonia e respeito mútuo, pela paz, pela ajuda aos pobres e pela educação nos valores religiosos e humanos autênticos".

Além disso, disse aos jovens que o futuro do país está em suas mãos. "Eles, os jovens são um dom a estimar e encorajar, um investimento que só produzirá um bom rendimento na base de oportunidades reais de emprego e duma educação de qualidade".

"O futuro de Myanmar, num mundo em rápida evolução e interconexão, dependerá da formação dos seus jovens, não só nos campos técnicos, mas sobretudo na formação para os valores éticos de honestidade, integridade e solidariedade humanas, que podem garantir a consolidação da democracia e o crescimento da unidade e da paz em todos os níveis da sociedade".

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