ROMA, Jan 2, 2018 / 10:00 am
Marta tem 79 anos e surpreendeu muitos com uma forma incomum de ajudar os pobres.
Segundo informou o jornal 'Avverine' no dia 30 de dezembro, a senhora Marta vive no bairro Santa Rita, na cidade italiana de Turim. Todos os dias, em sua bicicleta, recolhe do lixo dos supermercados cerca de 40 quilos de comida para dar a várias famílias pobres.
"É incrível o quanto é desperdiçado. Coloca-se no lixo o alimento que está para vencer a validade ou cuja aparência não está perfeita. Nesses dias, por exemplo, estão as laranjas. Se uma está ruim, jogam fora todo o saco de 5 quilos. É uma vergonha", comentou a senhora, que vive com seu esposo e é mãe de um médico e uma bióloga.
Diante do olhar curioso ou suspeito de pessoas que veem o que ela faz há vários anos, esta italiana afirma: "não me interessa! Faço porque sei que há pessoas que precisam e que me esperam".
Embora vá todos os dias às lixeiras dos supermercados, Marta distribui os alimentos três vezes por semana em Casalborgone, uma cidade localizada a 30 quilômetros de Turim, para onde vai com seu carro.
Esta ajuda começou há um tempo, com uma família que estava por perder tudo por causa da crise econômica. Agora, as oito famílias que ajuda, relatou, "sempre me acolhem com os braços abertos e com muita dignidade".
"Nunca me pediram nada e conseguiram não desperdiçar nada: com a farinha, fazem o pão, com o leite, alguns queijos. O que há agora também é uma espécie de escola popular que acolhe gratuitamente pessoas em grave indigência".
Quem "descobriu" a obra solidária de Marta foi o diácono Benito Cutelle, da paróquia Natale del Signore, quem, a princípio, pensou que a idosa recolhia alimentos para ela.
"Equivoquei-me", narrou Cutelle. "Não estava revirando o lixo para ela, mas para quem não tem nada para comer. Verdadeiramente, me surpreendi. Na sua idade, presta um serviço importante em favor dos irmãos mais pobres, com muita modéstia. O que lamenta é que, quando está muito cansada, não há ninguém para ajudá-la".
Marta, que até hoje tem muita energia, comentou, por sua vez, que "os políticos e quem tomam decisões deveriam se dar conta da situação real e de quanta pobreza existe ainda hoje".
"Há quem se vista na moda e coma bem, enquanto outros não têm nada. Todos deveríamos dar algo, mas somos muito insensíveis diante das necessidades do próximo", conclui.
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