4 de dezembro de 2024 Doar
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Israel rechaça projeto de lei para reconhecer Genocídio Armênio

Uma mulher armênia ajoelhada diante de uma criança falecida pelo Genocídio Armênio. | domínio público

O Parlamento de Israel rechaçou um projeto de lei com o qual teria reconhecido oficialmente o Genocídio Armênio, que foi o assassinato de mais de um milhão e meio de cristãos armênios por parte do Império Turco-otomano de 1915 a 1923.

O projeto de lei foi rechaçado no dia 14 de fevereiro e teria sido apresentado por Yair Lapid, representante do partido Yesh Atid.

Segundo informa a agência vaticana Fides, o vice-ministro de Relações Exteriores de Israel, Tzipi Hotovely, declarou que a nação judaica não abordará oficialmente o tema do Genocídio Armênio, "tendo em conta sua complexidade e suas implicações diplomáticas".

Em 1915, o governo turco ordenou a expulsão de toda a população armênia, que teve que caminhar centenas de quilômetros pelo deserto, sofrendo fome, sede, perdas de vidas humanas, roubos e violações, tanto da parte de grupos de bandidos, como dos guardas que deviam protegê-los.

A Igreja Apostólica Armênia (cristãos não católicos) declarou em 23 de abril de 2015 como "mártires" os 1,5 milhão de vítimas deste holocausto.

Em abril de 2015, o Papa Francisco celebrou uma Missa no Vaticano por ocasião dos 100 anos do Genocídio Armênio.

Naquela oportunidade, o Santo Padre disse que "no século passado, a nossa humanidade viveu três grandes e inauditas tragédias: a primeira, que geralmente é considerada como 'o primeiro genocídio do século XX'", como disse São João Paulo II em 2001. Esta "atingiu o vosso povo armênio – a primeira nação cristã – juntamente com os sírios católicos e ortodoxos, os assírios, os caldeus e os gregos", assegurou o Papa.

Francisco recordou que "foram mortos bispos, sacerdotes, religiosos, mulheres, homens, idosos e até crianças e doentes indefesos".

As outras duas tragédias "são as perpetradas pelo nazismo e pelo stalinismo. E, mais recentemente, houve outros extermínios de massa, como os do Camboja, do Ruanda, do Burundi, da Bósnia".

Dois dias depois da Missa, o presidente turco Recep Tayyip Erdogan atacou o Pontífice e o acusou de tirar os fatos de "contexto". "Eu condeno o Papa e o advirto de que não cometa erros como este outra vez", expressou.

Pouco mais de um ano depois, em junho de 2016, o Santo Padre viajou à Armênia e rezou no Memorial de Tzitzernakaberd, que recorda os falecidos no Genocídio Armênio.

No último dia 5 de fevereiro, o Papa Francisco recebeu no Vaticano o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, na primeira visita de um chefe de Estado turco em 59 anos.

O Papa entregou a Erdogan um medalhão com um anjo. "Este é um anjo da paz, que estrangula o demônio da guerra", disse Francisco.

Em 2016, foi lançado o filme 'The Promise' (A Promessa), baseado no Genocídio Armênio. Dirigido por Terry George, conta com atuação de Christian Bale, ganhador do Oscar de melhor ator coadjuvante em 2011, do ator de origem guatemalteca Oscar Isaac, da franco-canadense Charlotte Le Bom e do conhecido ator francês Jean Reno, entre outros.

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