VATICANO, Feb 23, 2018 / 13:00 pm
A Sala de Imprensa do Vaticano informou que o Papa Francisco receberá a família de Asia Bibi, a mãe católica presa injustamente no Paquistão acusada de blasfêmia contra o Islã.
O comunicado assinala que o Santo Padre se encontrará no sábado, 24 de fevereiro, em uma audiência privada com Ashiq Masih e Eisham Ashiq, o esposo e a filha de Asia Bibi.
No comunicado publicado na última quinta-feira, informaram que o Pontífice também receberá no Palácio Apostólico a senhora Rebecca Bitrus, uma mulher que foi sequestrada e violentada pelos terroristas muçulmanos de Boko Haram, na Nigéria.
Em setembro de 2017, Bitrus participou do evento "Livres ante o terror" realizado na Espanha, onde compartilhou que perdoou os agressores.
Essas três pessoas participarão da audiência junto com o diretor da Fundação Pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre(ACN) na Itália, Alessandro Monteduro.
No sábado, 24 de fevereiro, a ACN organiza em Roma um dia em homenagem aos cristãos perseguidos. Entre as diversas iniciativas desse dia, o Coliseu romano será iluminado de vermelho.
A homenagem aos cristãos perseguidos será realizada poucos dias depois que um cristão de 17 anos, Patras Masih, foi acusado de blasfêmia nas redes sociais no Paquistão.
Segundo informações da agência vaticana Fides, o jovem foi preso em Lahore em 20 de fevereiro. Cerca de três mil muçulmanos saíram às ruas a fim de exigir a sua prisão e execução pública.
De acordo com a denúncia, Masih teria publicado conteúdo "blasfemo" no Facebook. O jovem diz que alguns dias antes perdeu o seu celular e que qualquer pessoas poderia ter feito a publicação da qual o acusam.
Com a audiência no sábado, 24 de fevereiro, o Papa receberá pela segunda vez o esposo e a filha de Asia Bibi no Vaticano. Ambos saudaram o Santo Padre em abril de 2015, na Praça de São Pedro.
Naquela ocasião, Ashiq Masih e sua filha Eisam, acompanhados por Ignácio Arsuaga, presidente da plataforma espanhola HazteOír de defesa dos direitos humanos, receberam a bênção do Papa Francisco, enquanto o Pontífice expressou ao marido de Asia Bibi: "Rezo por Asia, por ti e por todos os cristãos que sofrem".
Em 2009, Asia Bibi foi acusada de violar a lei da blasfêmia do Paquistão ao beber água de um poço, o que foi criticado pelas suas companheiras muçulmanas porque, por ser cristã, era impura e tinha contaminado a água.
Bibi respondeu aos insultos contra a fé afirmando: "Creio na minha religião e em Jesus Cristo que morreu na Cruz pelos pecados da humanidade. O que seu profeta Maomé fez para salvar a humanidade?".
Depois de ter sido condenada à morte, começaram uma batalha legal para salvá-la. Entretanto, os principais funcionários que trabalharam para a sua libertação, o líder católico e Ministro das Minorias Shabahz Bhatti e o governador Punjab, Saalman Taser, foram assassinados.
Segundo a ACN, no Paquistão há mais de mil pessoas condenadas pela lei da blasfêmia.
Esta norma é inspirada na lei da sharia – lei islâmica – para castigar, inclusive com a morte, qualquer ofensa de palavra ou obra contra Alá, Maomé ou o Corão.
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