VATICANO, Mar 12, 2018 / 13:00 pm
A recente nomeação diplomática do Vaticano para a Coreia do Sul se tornou mais importante depois que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou que se reunirá com o seu homólogo da Coreia do Norte, Kim Jong-un, para negociar o programa de armas nucleares nos próximos dois meses.
O Papa Francisco nomeou Dom Alfred Xuereb para servir como núncio na Mongólia e na Coreia do Sul em 19 de março.
"Enquanto o Papa mostra continuamente a sua preocupação pela reconciliação das duas Coreias e reza pela paz na península coreana, o novo núncio terá um papel ativo no fechamento da brecha entre as duas Coreias e trabalhar pela paz na região", disse o Núncio Apostólico em funções da Coreia, Dom Marco Sprizzi, segundo a UCA News.
Dom Xuereb, que anteriormente serviu como secretário particular do Papa Francisco e de Bento XVI, será consagrado bispo depois de assumir o seu primeiro cargo diplomático para o Vaticano.
Embora não tenha a experiência diplomática de seus predecessores na nunciatura coreana, informa-se que o clérigo maltês é próximo do Papa Francisco.
"Dom Xuereb é um dos aliados mais próximos do Papa Francisco e lê muito bem o pensamento do Papa", continuou Dom Sprizzi.
Trump anunciou em 8 de março que havia aceitado um convite para encontrar o ditador norte-coreano Kim Jong-un e negociar a segurança e desnuclearização da península coreana. Trump será o primeiro presidente americano a encontrar-se cara a cara com um líder norte-coreano.
Logo depois do anúncio em 8 de março, o presidente dos Estados Unidos convidou o presidente chinês Xi Jinping e o primeiro ministro japonês Shinzo Abe para discutir a perspectiva do diálogo entre o seu país e a Coreia do Norte e confirmar um compromisso compartilhado para manter as sanções até que sejam tomadas medidas tangíveis para a desnuclearização, de acordo com a Casa Branca.
O presidente sul-coreano Moon Jae-in ajudou a facilitar a próxima reunião entre os Estados Unidos e a Coreia do Norte. Moon enviou o seu conselheiro de segurança nacional, Chung Eui-yong, a Pyongyang no dia 5 de março e depois rapidamente a Washington para transmitir o convite do líder norte-coreano a Trump.
Moon é um católico praticante que se comprometeu a dialogar pacificamente na península da Coreia. Pouco depois de assumir o cargo em Seul, Moon encarregou um enviado coreano que se reunir com o Papa Francisco em Roma em maio do ano passado para defender o apoio do Vaticano à reconciliação coreana.
Os bispos católicos na Coreia do Sul defenderam durante muito tempo uma solução pacífica na península da Coreia. Em resposta às provocações nucleares da Coreia do Norte, os bispos apelaram às conversas de paz em uma declaração oficial em agosto de 2017.
"A paz definitiva e genuína na Península da Coreia nunca poderá ser alcançada com armas nucleares. Portanto, convidamos as autoridades da Coreia do Norte e do Sul a abrir o diálogo para a paz e a cooperar com os países vizinhos da Coreia na busca de um sistema estável a fim de garantir a paz na Península coreana".
Os bispos coreanos continuaram: "Encorajamos os fiéis católicos na Coreia a implorar a intercessão da Santíssima Virgem Maria para trazer a paz à Península da Coreia".
"Pedimos desesperadamente aos nossos irmãos e irmãs no mundo pelo seu cuidado, orações, discernimento e cooperação para resolver pacificamente esta crise na península da Coreia", concluíram.
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