16 de dezembro de 2024 Doar
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Síria: Sacerdote narra sofrimento de cristãos no leste de Ghouta e Damasco

Imagem referencial | Flickr Chaoyue Pan (CC BY-NC-ND 2.0)

Um sacerdote católico falou sobre o sofrimento das pessoas, especialmente dos cristãos, no leste de Ghouta e na cidade de Damasco, na Síria, pelos contínuos bombardeios perpetrados por terroristas muçulmanos.

Pe. Andrzej Halemba disse à Fundação Pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (ACN) que a população no leste de Ghouta "está presa. Há milhares de pessoas! Quase não têm acesso à comida e não recebem assistência médica. Muitos moradores estão feridos e precisam de cirurgia".

O sacerdote explicou que a zona está apenas a quatro quilômetros do centro de Damasco, capital da Síria, e de lá os terroristas "podem ver a cidade". Indicou que perto também há tropas de Al Qaeda e "no sul de Damasco ainda existem algumas unidades do Daesh", nome pelo qual também é conhecido o Estado Islâmico.

Os jihadistas "veem a população civil como um escudo humano. E o governo teme que entre os refugiados civis que chegam a Damasco haja kamikazes" que causem "terror na cidade. A angústia e o terror reinam em todos os lugares", afirmou o também responsável pelos projetos do Oriente Médio da ACN.

O sacerdote comentou que conversou recentemente com uma religiosa, que disse que "tanto ela quanto as suas irmãs não podiam sair do centro da cidade para ir aos bairros onde vivem muitos cristãos e refugiados no leste de Ghouta, porque é muito perigoso. Eles impediram os comboios que deveriam transportar ajuda humanitária a Damasco. É uma situação terrível!".

Nesse sentido, Pe. Halemba indicou que "é urgente que a população de Ghouta Oriental receba alimentos e assistência médica".

O sacerdote disse que "a ACN se compromete com estas pessoas deslocadas. Queremos oferece-lhes apoio pastoral e econômico para que, por exemplo, possam ser atendidos em um hospital. Devemos mostrar o nosso amor às pessoas que sofreram tanto!".

Também assinalou que a fundação pontifícia permaneceu ativa na região por muito tempo e que "concederam mais de 21 milhões de euros para ajuda de emergência desde o começo da guerra".

"Hoje, ajudamos as famílias cristãs fornecendo alimentos, roupas e remédios. Estamos desenvolvendo apoio pastoral e terapêutico para estas pessoas traumatizadas. Encorajamos o trabalho das comunidades de vida consagrada, porque são essenciais para a assistência de emergência", destacou.

O ataque aos cristãos em Damasco

Pe. Halemba denunciou que na região conhecida como "cidade velha" de Damasco, os terroristas atacaram bairros cristãos como Bab Touma, que foi "gravemente atingido".

"Os combatentes são conscientes de que cada vez que há mortes e destruição, chamam a atenção do público. É por isso que atacam o bairro cristão", lamentou.

"A situação é muito grave. O fogo do morteiro continua incessante. Os cristãos vivem na angústia da morte", continuou.

Por sua parte, Pe. Bahjat Karakachm, responsável pela comunidade franciscana em Bab Touma, contou ao site 'Alfa e Omega' que neste local "morrem duas ou três pessoas por dia".

Recordou que no começo de março "bombardearam três escolas, mas graças a Deus, não havia muitos alunos, porque os pais não enviam os seus filhos por medo. Em 8 de janeiro, um míssil atingiu a nossa igreja", o  Santuário da Conversão de São Paulo. Segundo a tradição, o apóstolo caiu do cavalo nesse local a caminho de Damasco.

"Nosso bairro é o mais perigoso de Damasco. A população aqui se sente abandonada pelo Ocidente. Todo o mundo olha para Ghouta, mas no nosso bairro caem morteiros e morrem muitas pessoas", lamentou Pe. Karakachm.

Em janeiro deste ano, os terroristas jogaram foguetes e projéteis de morteiro nos bairros da "cidade velha" de Damasco, onde estão localizadas várias igrejas e sedes dos patriarcados.

Em fevereiro, as forças sírias, junto com a Rússia, lançaram vários ataques aéreos e de artilharia no leste de Ghouta, região ao nordeste de Damasco controlada por jihadistas.

Após chegar a um acordo com o Governo sírio na quinta-feira, 22 de março, começaram a evacuar os terroristas do leste do Ghouta para a cidade de Idlib, no norte da Síria.

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