Damasco, Apr 17, 2018 / 18:00 pm
Ante os ataques com mísseis nos dias 13 e 14 de abril perpetrados pelos Estados Unidos, Reino Unido e França contra as cidades de Damasco e Homs (Síria), um sacerdote franciscano que reside no local assegurou que as pessoas "temem que a guerra se intensifique".
Em declarações ao Vatican News, o pároco e superior do convento da Conversão de São Paulo, Pe. Bahjat Elia Karakach, disse que depois dos ataques "a vida segue normalmente", mas que "algumas pessoas se sentem um pouco desmoralizadas, depois de viverem um período de paz após a libertação de Ghouta, de onde saíram mísseis que atingiram a capital e os civis".
Indicou que logo após a libertação do leste do Ghouta do controle dos terroristas no final de março, "até agora há poucos bairros do sul da cidade nas mãos do Estado Islâmico (ISIS). Acreditamos que o governo rapidamente intervirá nesses lugares para garantir a segurança e a paz na cidade".
O Pe. Karakach afirmou que "as pessoas tiveram uma pausa. Mas agora, obviamente, depois dos últimos acontecimentos, as pessoas temem que a guerra se intensifique".
Nesse sentido, o também sacerdote franciscano da Custódia da Terra Santa assegurou que ante os recentes ataques estrangeiros acontecerá "o que sempre vimos durante estes anos de guerra. Cada vez que o governo consegue libertar uma área ocupada por terroristas, há uma reação mundial, especialmente ocidental, que tenta dificultar esta operação e mostrar um governo sangrento que mata o seu povo".
"Nós sabemos bem que os civis que vivem sob controle (dos terroristas), vivem uma situação muito difícil e que querem ser libertados imediatamente pelas forças armadas sírias", acrescentou.
Em relação ao apelo realizado pelo Papa Francisco no domingo, 15 de abril, a favor de uma solução política para o conflito e que abandonem as armas a favor da paz, o sacerdote sírio comentou que "sempre deve haver esperança".
"Nós somos pessoas de fé e de esperança, por isso rezamos todos os dias para que este caminho prevaleça. Obviamente, sabemos muito bem que para que haja um diálogo, primeiramente é preciso pensar no bem dos sírios e não nos interesses econômicos das grandes potências. Só desta maneira os sírios poderão conversar entre eles. Acho que não haverá dificuldades para conseguir isso", expressou.
Recordou que a Síria é um país "mosaico" porque "não há zonas onde predominem uma confissão ou outra".
"Portanto, se a Síria permanecer unida, o povo sírio - como vejo na minha esperança diária - está disposto a superar este conflito e estas feridas. Mas se as potências mundiais pensarem em dividir a Síria, haverá um desastre, porque isso poderia ser uma limpeza étnica e as feridas serão muito mais difíceis de curar".
Em 14 de abril, os patriarcas das igrejas na Síria condenaram o ataque lançado na última sexta-feira pelos Estados Unidos, França e Reino Unido contra as cidades de Damasco e Homs.
Em um manifesto, afirmou que se trata de uma "agressão brutal" que viola as leis internacionais e a Carta da ONU porque "é um assalto injustificado" dos "países poderosos aos quais a Síria não causou nenhum dano".
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, liderou nos últimos dias um ataque contra o governo de Bashar Al Asad, depois de responsabiliza-lo de um ataque com armas químicas contra a cidade de Duma, que provocou entre 40 e 60 mortes e cerca de mil afetados pela inalação de gases.
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