22 de dezembro de 2024 Doar
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Administrador Apostólico para a Diocese de Formosa (GO): os fiéis querem superar os desafios

Dom Paulo Mendes Peixoto. | Arquivo/Captura de Youtube

O Arcebispo Metropolitano de Uberaba (MG), Dom Paulo Mendes Peixoto e o Bispo Auxiliar de Brasília (DF), Dom José Aparecido falaram ontem (17) sobre a situação da Diocese de Formosa (MG) em uma transmissão ao vivo pelo Facebook da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), afirmou que a visita apostólica já estava decidida antes da prisão de Dom José e dos padres, devido a queixas levadas à nunciatura e que a existência da mesma não significa que a Santa Sé já tenha um feito um juízo antecipado dos fatos ou dos envolvidos.

No dia 21 de março, dois dias depois da prisão do bispo de Formosa (GO), Dom José Ronaldo Ribeiro, acusado de participar de um esquema de desvio de mais de 2 milhões de Reais de dinheiro das paróquias, o Papa Francisco nomeou Dom Paulo Mendes Peixoto como administrador apostólico para a Diocese de Formosa. Desde então, o Arcebispo teve a chance de conhecer paróquias e comunidades da diocese goiana e se disse impressionado com a fé e o fervor dos leigos.

Presente na ocasião também estava o bispo Auxiliar de Brasília (DF), Dom José Aparecido, perito em Direito Canônico, quem ressaltou que o serviço de Administrador apostólico é tentar retomar a vida ordinária da Igreja. "Procuramos animar o presbitério e a comunidade diocesana para que fizessem retomar o curso normal da missão da Igreja em Formosa", afirmou Dom José em trechos da entrevista reproduzidos pelo Portal A12, do Santuário Nacional de Aparecida.

Sobre o habeas corpus concedido a Dom José Ronaldo Ribeiro na tarde da terça-feira (17), o bispo auxiliar afirmou: "Nos alegramos muito com essa notícia do habeas corpus, porque é um irmão nosso que estava encarcerado, e nos alegramos que ele possa responder às acusações feitas em liberdade".

Ainda segundo o A12, Dom José Aparecido afirmou que vão acompanhar e averiguar fatos pastorais para que a Santa Sé tome conhecimento e dê as orientações necessárias. Segundo ele, a existência da visita apostólica "não representa nenhum juízo antecipado".

"É apenas uma averiguação, em vista das queixas que foram feitas junto à Nunciatura. Essa visita já estava decidida antes da prisão de Dom José e dos padres, por isso nosso trabalho é oferecer para os padres e a Congregação para os Bispos instrumentos de avaliação e apreciação da atividade pastoral de Dom José Ronaldo na diocese", afirmou.

Dom José Aparecido acrescentou ainda que o Código de Direito Canônico como qualquer ordenamento jurídico que preze os direitos humanos parte da presunção de inocência de qualquer pessoa. "E é com esse sentido da presunção de inocência de Dom José Ronaldo que nós vamos trabalhar na visita apostólica para averiguar os fatos e oferecer ao Santo Padre um relatório".

Dom Paulo Mendes falou da oportunidade que teve de celebrar na Diocese de Formosa e elogiou a presença dos leigos nas celebrações, realizadas em dias de semana, bem como o seu interesse na superação dos desafios gerados pelos últimos fatos ocorridos na diocese.

O Arcebispo de Uberaba disse ainda que durante a visita à Diocese de Formosa (GO) foram apresentados novos nomes de padres para ocuparem os lugares como do administrador paroquial da Catedral, o Vigário Geral, entre outros.

Dom Paulo Mendes Peixoto falou também da situação de Dom José e dos padres que agora estão soltos e afirmou que ainda não sabe onde residirão, porém é "certo" que devem permanecer na comarca de Formosa (GO) e que Dom José Ronaldo, não volta a assumir nenhuma função pastoral.

Ele afirmou que se há um administrador apostólico, o anterior bispo está impedido de qualquer ação no âmbito do governo da diocese.

Segundo o Portal de Notícias G1, além do bispo, foram soltos o monsenhor Epitácio Cardozo Pereira, que era vigário-geral da Diocese de Formosa, os padres Moacyr Santana, Mário Vieira de Brito, Waldson José de Melo, e os empresários Antônio Rubens Ferreira e Pedro Henrique Costa Augusto, também acusados de serem parte do esquema de desvio de dinheiro.

Já o juiz eclesiástico da diocese de Formosa (GO), Pe. Tiago Wenceslau, também acusado de integrar o esquema, segue preso. Segundo o G1, o advogado Thiago Pádua disse que o caso do Pe. Tiago não foi analisado devido à falta de algumas informações pertinentes ao processo.

O bispo e demais envolvidos soltos ontem deverão entregar seus passaportes e ficam proibidos de deixar o país. Eles passam a responder em liberdade ao processo enquanto a situação canônica de Dom José Ronaldo Ribeiro só será definida após a conclusão da visita apostólica.

Confira:

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