Islamabad, Apr 26, 2018 / 12:00 pm
Asia Bibi, a mãe católica condenada sob a lei de blasfêmia no Paquistão e presa há mais de oito anos, pediu a todos os homens e mulheres do mundo que ofereçam um dia de oração por ela na sexta-feira, 27 de abril, pois em breve a justiça retomará o seu caso.
Segundo informou à agência de notícias Fides, o tutor da família de Bibi e diretor da "Renaissance Education Foundation" de Lahore, Joseph Nadeem, a mulher fez este pedido através dos membros da sua família.
O Arcebispo de Lahore, Dom Sebastian Francis Shaw, indicou que "a nossa esperança e o nosso coração está com ela: em 27 de abril nos uniremos ao dia especial de oração e jejum junto com Asia Bibi, pedindo a Deus pela sua liberdade e pela paz".
O pedido desta mãe católica se deve ao fato de que, em 21 de abril, o presidente do Supremo Tribunal do Paquistão, Mian Saqib Nisar, disse ao seu advogado, Saiful Malook, que retomará o julgamento que definirá a sua libertação.
"Prepare-se. Vou consertar seu caso em breve e eu mesmo presidirei a corte", indicou Nisar a Malook, que pediu o restabelecimento da sua segurança pessoal, retirada na sexta-feira, 20, por ordem do juiz aos governos federal e municipal.
O presidente do Conselho Episcopal do Paquistão – entidade ecumênica que trabalha pela unidade dos cristãos –, o Bispo Khadim Bhutto, indicou que a decisão de Nisar "é um passo necessário: a pobre mulher sofre há muito tempo".
"O juiz também deveria considerar os outros casos de muitas pessoas inocentes na prisão há muito tempo, que exigem justiça", acrescentou.
Em 2009, Asia Bibi foi condenada pelo crime de blasfêmia. Depois de beber água de um poço, um grupo de muçulmanas disse que ela havia contaminado a água por ser cristã.
Bibi respondeu aos insultos contra a fé afirmando: "Creio na minha religião e em Jesus Cristo que morreu na Cruz pelos pecados da humanidade. O que seu profeta Maomé fez para salvar a humanidade?".
Depois de ter sido condenada à morte, começaram uma batalha legal para salvá-la. Entretanto, os principais funcionários que trabalharam para a sua libertação, o líder católico e Ministro das Minorias Shabahz Bhatti e o governador Punjab, Saalman Taser, foram assassinados.
Em outubro de 2016, o julgamento final para a libertação da Asia Bibi foi adiado depois que um juiz se recusou a intervir no caso.
Em novembro de 2017, mais de três mil muçulmanos protestaram durante vários dias nas ruas de Islamabad, capital do Paquistão, para exigir ao governo a execução da mãe católica.
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