Lima, May 15, 2018 / 07:00 am
A família de Maryam (ou Myriam) Waleed Benham – menina iraquiana recordada por ter perdoado os terroristas do Estado Islâmico – enfrenta graves problemas para voltar para a sua casa em Qaraqosh, mas, apesar disso, confiam em Deus e pedem as orações dos cristãos.
A situação da família foi descrita na página do Facebook Amigos do Iraque pelo Pe. Luis Montes, sacerdote missionário do Instituto do Verbo Encarnado (IVE).
Indicou que a família vive há três anos no campo de refugiados "Anunciação" em Ankawa, desde que o Estado Islâmico (ISIS) invadiu Qaraqosh em agosto de 2014. Felizmente, a sua casa não foi destruída pelos terroristas, como aconteceu com outras famílias.
Pe. Luis Montes junto com a família de Maryam / Foto: Cortesia Pe. Montes
Entretanto, segundo indicou Pe. Montes ao Grupo ACI, o pai de Maryam tem problemas de saúde nos rins e no cérebro e precisa de uma intervenção cirúrgica que custa oito mil dólares.
Se o homem de 65 anos se submeter à operação, "tem que ficar de dois a três meses de cama e o campo de refugiados onde vivem vai ser fechado, mas ainda não se sabe a data. A família não pode deixá-lo sozinho nas condições em que ele está".
"Então, não podem tomar a decisão. Eles não podem ir para Qaraqosh porque não há bons cuidados médicos, por isso em Erbil eles têm que conseguir dinheiro para alugar uma casa", disse Pe. Montes.
Embora sejam problemas graves, assinalou o sacerdote do IVE, a família de Maryam os "enfrenta com uma confiança em Deus que nos enriquece. É a sabedoria que dá a Cruz, que não se consegue nos livros!".
Pe. Montes contou ao Grupo ACI que entregou a Maryam uma imagem da Virgem de Guadalupe, enviada do México para os refugiados, de presente pelo seu aniversário. A menina tem 13 anos e a sua irmã Samarrad tem 11 anos.
Maryam com a imagem da Virgem de Guadalupe que Pe. Montes lhe deu/ Cortesia Pe. Luis Montes
Além disso, falou com a menina sobre a iniciativa espiritual "Nazarenos Perseguidos", que divulga o drama da perseguição contra os cristãos no Oriente Médio e tem um grupo no Facebook, onde há mais de 18 mil membros.
Disse que Maryam se emocionou ao saber que há pessoas que rezam pelos cristãos perseguidos e decidiu se unir ao grupo. Dentro deste grupo, gostou de um desenho de Nossa Senhora de Luján.
"Obrigado a todos os nazarenos por recordar, rezar e divulgar sobre os cristãos perseguidos, ao falar com famílias como esta, fica cada vez mais claro que vale a pena!", indicou o Pe. Montes no Facebook.
Uma lição de amor frente ao ódio
Em 2015, SAT-7, uma rede de televisão cristã que transmite para o Oriente Médio e para a África, fez uma reportagem sobre a vida das crianças refugiadas em Erbil, na qual aparece Maryam.
Perguntada a respeito da sua vida em Qaraqosh antes de fugir, ela disse que "costumávamos ter uma casa onde vivíamos, agora não temos, mas graças a Deus, Ele nos provê".
"Deus nos ama e não deixou ISIS nos matar", acrescentou.
Então, o jornalista lhe perguntou sobre seus sentimentos em relação aos terroristas do Estado Islâmico e ela respondeu: "Eu não faria nada com eles, só peço a Deus que os perdoe".
"Você os perdoa?", perguntou o repórter e Maryam respondeu que "sim".
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