DUBLIN, May 28, 2018 / 12:00 pm
O referendo histórico realizado na Irlanda na sexta-feira, 25 de maio, concluiu com a maioria a favor da revogação da Oitava Emenda da Constituição, a qual protege o direito à vida da mãe e do nascituro.
No sábado, 26, a Comissão encarregada da contagem divulgou que 66,4% dos eleitores apoiaram a revogação da emenda, enquanto 33,6% votaram contra a revogação.
Segundo informa a agência Efe, somente em um condado venceu o "não" ao aborto, com 51,9%.
Com essa decisão, o governo da Irlanda poderá modificar as leis para permitir o aborto até 12 semanas de gestação, chegando até 24 semanas em alguns casos.
A Oitava Emenda, aprovada em 1983 com 67% dos votos, assegura: "O Estado reconhece o direito à vida do nascituro, com a devida consideração ao mesmo direito à vida da mãe, garante em suas leis respeitar e, até onde seja praticável, defender com suas leis e reivindicar esse direito".
Em declarações à CNN, Ailbhe Smyth, ativista promotora do aborto, disse que resultado do referendo "foi um longo e duro caminho, mas nunca o perdemos de vista porque é essencial para a nossa existência, para nós, mulheres, ter o controle de nossos próprios corpos".
Por sua parte, o grupo Save the 8th campaign, que luta pela vida na Irlanda, considerou que o resultado da votação é uma "tragédia de proporções históricas", mas felicitou as pessoas que votaram a favor da emenda até o fim.
Além disso, indicou que seguirão em sua luta pelo direito à vida. "Toda vez que um nascituro for assassinado na Irlanda, nós estaremos contra isso e faremos com que nossas vozes sejam ouvidas", acrescentou.
"O aborto foi algo ruim ontem e hoje continua sendo. A Constituição pode ter mudado, mas os fatos não mudaram".
Por sua parte, Marjorie Dannenfelser, presidente do grupo pró-vida Susan B. Anthony List, disse no último sábado que "o resultado do referendo é uma profunda tragédia para o povo irlandês e para o mundo inteiro".
"Enquanto outros países ocidentais, incluindo os Estados Unidos, foram acedendo ao lobby do aborto, a Irlanda sempre foi um farol brilhante de esperança devido à sua firme defesa dos nascituros e de suas mães. Lamentamos muito este resultado", destacou.
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