21 de novembro de 2024 Doar
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Vaticano ratifica o “não” à ordenação de mulheres ao sacerdócio: “É definitivo”

O Prefeito da Doutrina da Fé e a Basílica de São Pedro. Fotos: Daniel Ibáñez | ACI Prensa

O Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé e futuro cardeal espanhol, Dom Luis Ladaria, ratificou que o "não" à ordenação de mulheres é "doutrina definitiva" em um artigo publicado no jornal oficial do Vaticano, 'L'Osservatore Romano.

Em seu texto, intitulado "O caráter definitivo da doutrina da Ordinatio sacerdotalis, a propósito de algumas dúvidas", o futuro cardeal assegura que a doutrina não mudará: "e, relação ao sacerdócio ministerial, a Igreja reconhece que a impossibilidade de ordenar mulheres pertence à substância do sacramento da ordem".

"A Igreja não tem capacidade de mudar essa substância, porque é precisamente a partir dos sacramentos instituídos por Cristo que ela é gerada como Igreja. Não é apenas um elemento disciplinar, mas um elemento doutrinário, no que diz respeito à estrutura dos sacramentos, que são o lugar original do encontro com Cristo e da transmissão da fé", escreve no artigo.

Ladaria recorda que "Cristo quis dar este sacramento aos doze apóstolos, todos homens que, por sua vez, comunicaram isso a outros homens".

"A Igreja sempre se reconheceu vinculada a esta decisão do Senhor, que exclui que o sacerdócio ministerial possa ser conferido validamente às mulheres", sustenta.

Sobre isso, recorda a postura de São João Paulo II na carta apostólica Ordinatio sacerdotalis, de 1994, na qual dizia que "a Igreja não tem absolutamente a faculdade de conferir a ordenação sacerdotal às mulheres, e que esta sentença deve ser considerada como definitiva por todos os fiéis da Igreja".

"A Congregação para a Doutrina da Fé, em resposta a uma dúvida sobre o ensinamento da Ordinatio sacerdotalis, confirma que se trata de uma verdade pertencente ao depósito da fé".

O Purpurado demonstra a sua "séria preocupação" pelas dúvidas que existem a respeito deste tema "ainda em alguns países".

"Para sustentar que esta doutrina não é definitiva, argumenta-se que não foi definida como ex cathedra e que, então, uma decisão posterior de um futuro Papa ou concílio poderia derrubá-la".

"Semeando estas dúvidas, cria-se uma grave confusão entre os fiéis, não só sobre o sacramento da ordem como parte da constituição divina da Igreja, mas também sobre o magistério ordinário que pode ensinar a doutrina católica de maneira infalível".

O futuro cardeal explica que, "consciente de não poder modificar, por obediência ao Senhor, esta tradição, a Igreja também se esforça para aprofundar no seu significado, para que a vontade de Jesus Cristo, que é o Logos, nunca esteja privada de sentido".

"A diferença de funções entre homens e mulheres não implica nenhuma subordinação, mas um enriquecimento mútuo. Recorda-se que a figura em que se cumpre a Igreja é Maria, Mãe do Senhor, que não recebeu o ministério apostólico", concluiu.

Na última parte do texto, recordou como João Paulo II analisou o tema com vários presidentes das conferências episcopais do mundo e Bento XVI expressou em uma ocasião que a Igreja "não obteve nenhuma autorização do Senhor" para ordenar mulheres.

Também o Papa Francisco, na exortação apostólica Evangelii Gaudium, sublinhou que "o sacerdócio é reservado aos homens, como sinal de Cristo Esposo que Se entrega na Eucaristia".

Na coletiva de imprensa a bordo do avião papal de volta da visita à Suécia em 1º de novembro de 2016, Francisco afirmou que "sobre a ordenação de mulheres na Igreja Católica, a última palavra é clara e foi dada por São João Paulo II e isso permanece".

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