23 de novembro de 2024 Doar
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Estados Unidos restitui ao Vaticano uma carta de Cristóvão Colombo

Cristóvão Colombo. Domínio público | Um trecho da carta restituída ao Vaticano.

A embaixadora dos Estados Unidos ante a Santa Sé, Callista Gingrich, restituiu ao Vaticano uma cópia original de uma carta escrita por Cristóvão Colombo quando retornou de sua primeira viagem à América.

A cópia original da carta substituiu a cópia falsa que o Vaticano mantinha desde 1921. O texto original passou por várias mãos até que chegou a uma família de Atlanta, que decidiu entrega-la à Santa Sé.

Por esta razão, na quinta-feira, 14 de junho, aconteceu uma cerimônia solene da qual participaram Callista Gingrich e o Arquivista e Bibliotecário do Vaticano, Arcebispo Jean-Louis Brugués, assim como o Prefeito da Biblioteca, Mons. Cesare Pasini.

 

"Ficamos surpresos quando as autoridades nos contataram em 2012 sobre este livro (onde estava a carta) que pertencia à coleção de Giovanni Francesco De Rossi, que havia deixado sua coleção de preciosos manuscritos e livros antigos à Biblioteca Vaticana após sua morte em 1854", disse Dom Brugués.

O prelado contou que essa coleção chegou ao Vaticano em 1921, "após várias vicissitudes e depois de ter estado na Áustria por 40 anos. No entanto, ninguém duvidava que a Epistula de insulis nuper inventis", a carta de Cristóvão Colombo, não fosse a original.

A carta foi escrita por Colombo para os reis católicos. Nela, contava suas descobertas e solicitava fundos para suas viagens seguintes. Depois de um tempo, a carta que estava redigida em espanhol foi traduzida ao latim e ao italiano.

Uma cópia da carta chegou ao Vaticano em 1921 como parte da Coleção De Rossi. Em 2011, o Departamento de Segurança dos Estados Unidos recebeu um telefonema de um especialista em livros raros e manuscritos que indicava que a missiva guardada nos arquivos da Santa Sé podia ser falsa.

Foi feita uma investigação e descobriu-se que a cópia original estava nas mãos de Robert Parsons, que a comprou de um vendedor de livros raros em 2004. Parsons não sabia que a carta era roubada.

Em dezembro de 2013, Parsons fez com que um especialista analisasse a carta e concluiu-se que era uma cópia original. Em junho de 2016, outro especialista explicou que a cópia original foi vendida por Massimo De Caro, um conhecido ladrão italiano que atualmente cumpre pena de sete anos de prisão por roubar cerca de 4 mil livros antigos de bibliotecas públicas e privadas na Itália.

O Sr. Parsons faleceu e a viúva pôde revisar as provas que demonstravam que a carta tinha sido roubada, por isso decidiu restitui-la ao Vaticano.

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