22 de novembro de 2024 Doar
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Paramilitares agridem bispos e sacerdotes na Nicarágua

Dom Silvio José Báez, Bispo Auxiliar de Manágua (esquerda), e Dom Miguel Mantica (direita | Arquidiocese de Manágua

A Arquidiocese de Manágua (Nicarágua) denunciou que paramilitares e partidários do governo de Daniel Ortega agrediram física e verbalmente bispos e sacerdotes enquanto realizavam uma visita pastoral na região de Carazo, ao sul da capital.

"Condenável e repreensível a agressão covarde aos bispos, ao núncio e aos sacerdotes perpetrada por pessoas pró- governo e paramilitares", expressou a Arquidiocese de Manágua em um comunicado divulgado em 9 de julho.

O ataque ocorreu por volta das 12h na Basílica Menor de São Sebastião, na cidade de Diriamba. Entre os afetados estão o Arcebispo de Manágua, Cardeal Leopoldo José Brenes; o Bispo Auxiliar de Manágua, Dom Silvio José Báez; e o Núncio Apostólico, Dom Waldemar Somertag.

Nas imagens divulgadas pela mídia e pelas redes sociais, é possível observar atos de violência e membros do clero feridos.

Os bispos viajaram a Diriamba – localizada ao sul do país – depois que no domingo, 8 de julho, pelo menos 14 pessoas foram assassinadas durante as repressões cometidas por tropas de choques e paramilitares contra os manifestantes.

As vítimas pertenciam às cidades de Matagalpa, Jinotepe, Diriamba e León, onde a população civil foi atacada novamente.

A Conferência Episcopal da Nicarágua (CEN) também se pronunciou em 9 de julho para repudiar "profundamente" a agressão contra os bispos e sacerdotes. "A delegação realizava a missão de Jesus Cristo, estava ao lado das pessoas que sofrem, em uma visita pastoral aos sacerdotes e fiéis na região de Carazo, vítima de policiais, paramilitares e multidões causando morte e dor", assinalou.

Por sua parte, o Cardeal Leopoldo Brenes disse que "sentiu a força brutal" contra seus sacerdotes. "Fomos às paróquias para consolar nossos sacerdotes, acompanhá-los no sofrimento e fomos agredidos. Perdoa-lhes Senhor, porque não sabem o que fazem", expressou.

Do mesmo modo, Dom José Báez informou em sua conta de Twitter que ele foi "ferido" e "golpeado no estômago". "Eles roubaram as minhas insígnias episcopais e me agrediram verbalmente. Estou bem, graças a Deus. Libertaram a basílica e todas as pessoas que estavam dentro dela", indicou.

A situação na Nicarágua piora a cada dia. O conflito começou em abril com protestos contra a reforma da lei da previdência social que o governo pretendia impor.

Embora Ortega tenha revogado a reforma, os protestos continuaram causando mais de 300 mortes e numerosos feridos devido às represálias dos grupos armados relacionados ao regime.

Solidariedade da Igreja em todo o mundo

A Arquidiocese de Monterrey (México) se solidarizou com seus irmãos bispos através do Twitter. "Unimo-nos em oração aos nossos irmãos na Nicarágua e nos solidarizamos com Dom Silvio José Báez após o ataque que ele sofreu", expressou.

O Arcebispo de Madri (Espanha), Cardeal Carlos Osoro, também enviou suas orações. "Rezo por vocês, pelos bispos e pelo povo da Nicarágua, para que o Senhor os mantenha, com o poder da sua graça e do seu amor, como corajosas testemunhas em meio à violência".

"A nossa solidariedade aos bispos da Nicarágua agredidos brutalmente por defender o povo e a nossa denúncia a este ultraje. Rezemos por esta nação irmã", disse Pe. José Gil Tamayo, Secretário Geral da Conferência Episcopal Espanhola.

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