27 de dezembro de 2024 Doar
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Sacerdote presente na Copa 2018 explica as principais dificuldades para evangelizar

Catedral da Imaculada Conceição, em Moscou (Rússia). | Wikipédia.

Pe. Eusebio Usuga é um sacerdote colombiano, missionário do Verbum Dei e capelão da comunidade de língua espanhola e portuguesa em Moscou (Rússia) que, por ocasião da Copa do Mundo realizada neste país, contou ao Grupo ACI as principais dificuldades que enfrenta na evangelização e no cuidado da comunidade católica.

Segundo explica, o evento da Copa do Mundo de Futebol está sendo uma grande oportunidade de "proximidade e contato de umas pessoas com outras e uma grande oportunidade de divulgar a riqueza cultural e espiritual do povo russo".

Estima-se que desde a Revolução Russa em 1917 até a queda definitiva da União Soviética em 1991, mais de 120 milhões de cidadãos foram eliminados entre expurgos e repressões, entre eles muitos cristãos.

Pe. Usuga afirma que, "nas últimas duas décadas ou mais, a Igreja Ortodoxa, a Igreja Católica e a Anglicana tiveram um tempo favorável, porque recuperaram seus templos e foram capazes de reconstruí-los".

Neste país, os ortodoxos representam mais de 70% da população, entretanto apesar de ser cristãos, a sua relação com os católicos atualmente "é boa, mas distante", segundo explica o sacerdote colombiano.

"Há um longo caminho na busca da unidade e do ecumenismo. Depois de centenas de anos de separação não é fácil voltar à unidade dos primeiros séculos, mas o encontro do Papa Francisco com o Patriarca Ortodoxo (Kirill) em Cuba foi um sinal notável desta aproximação", assegura.

Nesse sentido, Pe. Usuga afirma que a situação atual entre as Igrejas melhorou muito "em comparação com os anos da Perestroika, e a partir de 2000, quando a sociedade e a Igreja Ortodoxa estavam em uma crise de mudança e de definição da sua própria identidade. Existia desconfiança dos católicos".

Por isso, assinala que a Igreja Católica não busca a conversão dos ortodoxos, mas "que valorizem a sua fé ortodoxa e não tenham preconceitos, que nos olhemos sem desconfianças. Se conseguíssemos isso, seria uma grande conquista para esse território".

Na Rússia, os católicos são uma minoria, como dado, Pe. Eusebio aponta que em Moscou, por volta dos anos 1990, "havia cerca de 70 mil católicos em uma população de aproximadamente 8 milhões de habitantes".

Entretanto, a Igreja Católica pôde se estruturar e atualmente tem uma Conferência Episcopal formada por quatro bispos e também tem um seminário, "embora a maioria dos sacerdotes católicos pertença a ordens religiosas e seja estrangeira".

Como em qualquer lugar de missão, o sacerdote explica que, embora puderam recuperar os templos, "a renovação da fé e das famílias não é tão rápida quanto a reconstrução material. É um processo lento de catequese, formação e assimilação da fé. Mas a população manifesta uma grande necessidade de Deus desde os anos 1990 e isso se manifesta no fato de que as igrejas estejam cheias".

Como a grande maioria dos sacerdotes e religiosos católicos é de origem estrangeira, uma das principais dificuldades que destaca Pe. Usuga no momento de evangelizar é o idioma e "a mentalidade russa".

Além disso, as distâncias são um grande obstáculo para a evangelização, pois "as paróquias em Moscou e São Petersburgo não são territoriais nem geográficas, então os fiéis devem se deslocar de um extremo a outro da cidade para ir às igrejas católicas, algo que torna muito difícil o seguimento do acompanhamento espiritual, da formação e da catequese".

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